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Milão terá agenda especial de óperas por causa da Expo
Tragédia 'Otelo' não era encenada no principal palco da cidade desde 1887
Teatro alla Scala, que também abriga um museu, é atração pela arquitetura e pela decoração luxuosa
A última vez em que Otelo, Desdêmona, Cássio e Iago pisaram no palco do Teatro alla Scala foi em 1887.
Era a estreia da penúltima ópera de Giuseppe Verdi (1813-1901) --considerada também sua maior tragédia--, baseada na peça "Otelo, o Mouro de Veneza", de William Shakespeare.
Pois no próximo dia 4 de junho, 128 anos depois, a montagem volta ao mesmo palco, em Milão, como parte de uma programação de balés, recitais e concertos criada especialmente para a Exposição Universal de 2015 --outras óperas, como "Turandot", "Carmen" e "Tosca" também estão na agenda.
Se tiver a oportunidade de ir à cidade já neste mês de maio, confira "CO2", com a jovem soprano sul-africana Pumeza Matshikiza, que trata do aquecimento global.
"Otelo", de Verdi, que tem como cenário a ilha de Chipre no final do século 15, terá, nesta nova versão, cenário e figurino criados pelo artista plástico alemão Anselm Kiefer e direção do também alemão Jürgen Flimm.
Além de ter acústica perfeita, o Scala conta com pequenos monitores em todas as cadeiras (uma miniatura daqueles dos assentos de avião). Eles permitem acompanhar a obra nos idiomas originais --no caso de "Otelo", em italiano e em inglês.
EDIFÍCIO NEOCLÁSSICO
O exterior do teatro não tem grandes atrativos --o interior é que faz cair o queixo. O luxo impera no desenho do arquiteto Giuseppe Piermarini. Toda a decoração tem muitos tons de dourado e vermelho. Destaque para um imponente lustre com vidro de Murano instalado no teto em forma de abóboda.
Se não gostar de ópera, visite o museu no próprio teatro, aberto diariamente das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h. É cobrada uma entrada de € 7 (R$ 24); o audioguia custa € 5 (R$ 17).