Dicas para volunturistas
- "É preciso ter em mente que você não está ali como um turista comum", diz a brasiliense Cris Marques, que já fez mais de dez programas do tipo. "Não dá para acordar um dia e dizer 'não vou', pois o local depende do seu trabalho. Requer muita responsabilidade"
- Para a pernambucana Marília Watts, que deu aulas de inglês para crianças em Marrocos, o "volunturista" não pode esperar por conforto e deve estar preparado para imprevistos. Ela ficou em uma casa de família na qual dividia dois cômodos com o resto dos moradores, com direito até a banheiro turco (um buraco no chão)
- Participantes devem estar preparados para o choque cultural. A paulistana Marina Graciolli trabalhou no Cairo em uma ONG que defendia o direito das mulheres. "Os vizinhos nos tratavam muito mal por sermos mulheres e estrangeiras --chegaram a dizer que éramos espiãs e prostitutas; não podíamos questionar os homens nem em situações banais", conta
- Para a mineira Ana Luisa Rolim, que atuou em escolas de Moçambique por seis meses, a questão racial chamou a atenção. "Eu via muito do Brasil neles, mas eles não nos viam como iguais." Por causa da violência no país, ela evitava andar sozinha à noite ou em grupos só de mulheres
- Apesar do trabalho, é possível passear, sim. O paulistano Jefrey Moura aproveitou o voluntariado na África do Sul para conhecer pontos turísticos. "O trabalho era flexível --eu ia à ONG dia sim, dia não", conta. "Meus 'irmãos' na Cidade do Cabo me levaram até a um safári"