Guararema une boa comida, parques e flashes nos trilhos
Cidade cresceu em torno de estação de trem, que volta a receber passageiros
Festa para são Longuinho e decoração de fim de ano com material reciclado são os principais eventos
Em cima dos trilhos, com um pontilhão ao fundo, casais se abraçam, se beijam, fazem pose para o fotógrafo registrar o amor. Pode ser inclusive que ela esteja usando o vestido de noiva. Eles só são interrompidos de vez em quando pela passagem vagarosa de um trem de carga.
A estação ferroviária, a partir da qual Guararema se desenvolveu, no fim do século 19, ainda é o principal ponto de encontro da cidade, mesmo que há décadas ninguém embarque ali. O historiador João Augusto Figueiredo conta que o lugar, entre São Paulo e Rio, começou a ficar abandonado no final dos anos 1970, com a queda no turismo sobre trilhos.
Após anos de deterioração, começou a ser restaurada e nesta semana volta a receber passageiros.
O passeio por Guararema, entretanto, pode começar por onde a cidade nasceu, em volta da igreja Nossa Senhora da Escada, em 1652. A 3,5 km do centro e de estrutura simples, ela é a única no país a abrigar uma imagem de são Longuinho (a quem se oferece três pulinhos em troca de ajuda para encontrar algo perdido). Moradores acharam a imagem no prédio nos anos 1970 com o nome do santo gravado, dando início a uma peregrinação ao local.
Hoje, a festa em homenagem a Longuinho, em 15 de março, é a maior da cidade. Outro orgulho de Guararema é a decoração de fim de ano, em que grandes árvores de Natal são feitas de garrafas pet.
Perto da igreja, também no bairro da Freguesia da Escada, fica o restaurante mais conhecido de Guararema, o Mirante do Paraíba.
Os pratos podem ser salgados no preço (o pintado na telha custa R$ 150), mas são fartos ("a porção para duas pessoas dá para quatro", avisa o garçom). Dá para comer observando o rio Paraíba do Sul.
Também na seara da alimentação, ou quase nela, alambiques da cidade vendem aguardentes produzidas com cana de cultivo próprio. No Alambique do Décio, além de provar a pinga, é possível almoçar e degustar mais de 20 tipos de licor –para levar de volta na mala, cada garrafa sai por R$ 25.
Se quiser esticar as pernas, há os parques Ilha Grande, com área para caminhadas e vista para o Paraíba do Sul, e o da Pedra Montada. O local leva esse nome por abrigar duas grandes rochas dispostas uma em cima da outra. Ali, subindo uma trilha de 450 metros, avista-se outra rocha, a do tubarão (com imaginação, a pedra parece mesmo ter a cara do bicho). Termine o passeio com uma típica parada nos quiosques do Recanto do Pau D'Alho, à beira do rio.