Golf é o melhor de guiar, i30 esbanja estilo e 308 é o 'galã'
Modelos apostam em táticas diferentes para conquistar um consumidor mais exigente
Todos começam na casa dos R$ 70 mil, mas só o Golf ultrapassa os R$ 100 mil carregando todos os opcionais
Não é para qualquer modelo construir 40 anos de reputação. Desde o bater das portas até o cheiro da cabine credenciam o Golf como um carro premium, além dos contornos que definem a categoria de hatches médios.
Até preço de automóvel de luxo, inclusive, esse VW tem.
Não é preciso recheá-lo muito na versão Highline para ultrapassar facilmente a barreira dos R$ 100 mil.
Incluindo o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas (DSG), seu preço sugerido saltaria para R$ 82.910.
No entanto, o investimento superior apresenta seu retorno também (e principalmente) na dirigibilidade.
A direção com assistência elétrica faz do volante um meio de comunicação aguçado entre carro e motorista. Outro ponto forte é a estabilidade, e não apenas por quanto o carro é "preso" ao chão, mas pelo grau de segurança transmitido.
A primeira investida mais forte no acelerador leva à errônea conclusão de que se trata de um motor maior, tamanho o torque entregue já nas rotações iniciais.
Seja qual for a transmissão, trocar as machas é prazeroso: o câmbio manual tem engates curtos e precisos, enquanto a transmissão automatizada impressiona pela rapidez --embora seja um tanto brusca ao engatar a primeira marcha quando o sistema start-stop religa o motor após uma pausa.
O i30 chega perto, mas não alcança o Golf em prazer ao volante. Mas a boa experiência é garantida pelo desempenho digno de um hatch médio e pelo "bate-papo" entrosado entre câmbio e motor.
A direção tem três opções de ajustes, indo do mais leve ao mais pesado. Melhor deixar no intermediário (Normal), aquele que entrega as respostas mais reais sobre o que acontece com as rodas.
CAPRICHO
Assim como no Golf, o acabamento interno do Hyundai é caprichado e desconhece rebarbas ou falhas. Menos sóbrio que o do VW, aposta em vincos na medida certa, sem excessos.
Merece destaque no i30 o excelente porta-objetos à frente da alavanca de câmbio, a definição da imagem da câmera de ré e o potente sistema de som.
Dificilmente alguém reclamaria da experiência ao volante do 308. O hatch de origem francesa é espaçoso, tem bancos confortáveis, anda bem e encanta pela visibilidade. Mas guiá-lo já não é tão bom quanto foi um dia.
A suspensão segura bem o carro, mas repassa para o interior as cicatrizes do piso.
Pesada, a direção tem volante grande demais para os padrões atuais, enquanto a posição de guiar poderia ser mais esportiva.
Até que o novo chegue, o atual terá de abusar dos seus encantos físicos, que ainda lhe sobram, para continuar no radar dos hatches médios.