Yamaha MT-07 é esportiva com apelo racional
Montada em Manaus, motocicleta tem potência mediana e bom comportamento dinâmico
Freio traseiro com ABS, que evita travamento da roda, custa R$ 1.500; item é único opcional disponível
1farol Menor que o da MT-09, é um dos elementos que ajuda na distinção estética das irmãs2garupa Banco traseiro tem estilo, mas é estreito e não tem apoio para as mãos3estilo Rodas e pneus de 17 polegadas são emprestados da MT-094painel Carenagem e capa protetora serão vendidos como acessórios
Após lançar a "naked" (motocicleta sem carenagem frontal) MT-09 no final de 2014, a Yamaha se animou a trazer também a MT-07. Não menos competente, custa a partir de R$ 26.990 (R$ 9.000 a menos que a irmã maior) e aposta em uma ciclística mais simples e compacta.
Trazida do Japão e montada em Manaus com índice de nacionalização de 20%, a nova moto começa a ser vendida em abril.
Seu motor de 689 cm³ gera 75 cv, enquanto o utilizado na MT-09 rende 115 cv.
VISUAL
O estilo um tanto agressivo é refletido na boa ciclística. Construída em torno de um chassi tubular leve, a Yamaha MT-07 tem suspensões de bom curso, mas sem regulagem de carga nas bengalas dianteiras.
Firme, a moto apresenta respostas previsíveis e controláveis em curvas, como foi possível comprovar no Autódromo de Piracicaba (a 160 km de São Paulo).
Chama atenção o conjunto traseiro: com o amortecedor montado em posição quase horizontal, ajudou a obter uma distância entre-eixos curta (1,40 m), o que torna a MT-07 ágil.
A ergonomia deve agradar na cidade, graças ao bom ângulo de esterço e também ao guidão estreito e recuado.
Seu painel de cristal líquido tem boa dimensão e informa dados como marcha engatada, médias de consumo e temperatura do ar.
O acabamento da japonesa é bem cuidado, a exemplo da balança traseira em alumínio "oco". O tanque de aço comporta 14 litros de gasolina e é envolto por sete carenagens plásticas.
MOTOR
Com dois cilindros paralelos, duplo comando para oito válvulas no cabeçote e refrigeração líquida, o motor funciona suave e emana um ronco vigoroso pelo curto escapamento.
O acelerador por cabo rende respostas diretas, com força desde rotações mais baixas e apetite por crescer rápido de giro até as 9.000 rpm (rotações por minuto), a faixa de potência máxima.
Apesar da esportividade latente, esse bicilíndrico entrega docilidade ao rodar sem pressa seu torque máximo é de 6,9 kgfm a 6.500 rpm.
Nesta condição de uso, a moto promete gastar pouco: sua sexta marcha tem relação longa, mais apropriada para estradas, e há uma lâmpada "Eco" que acende ao rodar sem abusos. Segundo a Yamaha, a "naked" já atende ao Promot 4, etapa do programa de controle de emissões que entrará em vigor em 2016.
Os freios correspondem à pegada esportiva com dois discos na dianteira, pinças com quatro pistões e manete com regulagem de distância.
Atrás, o disco simples tem prontas respostas, mas não é difícil a roda travar em frenagens rápidas. Por isso, fica a certeza de que vale investir no sistema ABS, que eleva o preço da moto em R$ 1.500.
A MT-07 entrega os conceitos básicos da engenharia oriental: é racional o suficiente para rodar sem pressa, ou guerreira como um samurai quando provocada.
A concorrente mais próxima é a Kawasaki ER6-N, bicilíndrica de 650 cc e 72 cv, vendida por R$ 28.969. As Honda CB 500 e CB 650 (R$ 23.053 e R$ 30.380, respectivamente) são rivais indiretas.
Já a conhecida Yamaha XJ6, de quatro cilindros, deverá ser reposicionada e vendida apenas com ABS, por volta de R$ 32 mil.