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Bilheteria do Theatro Municipal restringe assentos para idosos
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MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO
Depois de passar a infância em uma granja com quase 400 galinhas, a bióloga aposentada Tsugui Nilsson, 76, achava que não conviveria mais com um poleiro (vara onde aves pousam e dormem).
Mas anteontem, ao tentar obter ingressos para espetáculos no Theatro Municipal de São Paulo, foi informada na bilheteria de que o benefício para pessoas com 65 anos ou mais era restrito ao "poleiro", como é conhecida a área da plateia com visão comprometida do palco.
"Comecei a assistir espetáculos no teatro quando tinha 16 anos. Assistia no poleiro porque não tinha dinheiro. Agora acabarei minha vida lá de novo? Nunca houve restrição de lugar antes", afirma.
Karime Xavier/Folhapress | ||
Retrato de Tsugui Nilsson, 76, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo |
Ontem, a Folha acompanhou Nilsson à bilheteria do teatro. Uma funcionária do local informou que as entradas gratuitas eram no "poleiro" por "determinação da produção do espetáculo".
Para a ópera "Magdalena", de Heitor Villa-Lobos, por exemplo, ela recebeu um ingresso para o setor três da galeria, penúltima área de assentos em relação ao palco.
O decreto municipal nº 30.730/91 estabelece uma cota de 8% de ingressos gratuitos para pessoas com 65 anos ou mais em eventos promovidos pela Prefeitura de São Paulo em locais fechados.
Segundo o artigo 3º do decreto, os ingressos serão reservados, seguindo a proporção descrita acima, "em cada setor da sala de espetáculos".
Frequentadora assídua do Theatro Municipal, Neuza Guerreiro de Carvalho, 81, esteve anteontem com a amiga Tsugui no local e diz que é a primeira vez em que é informada sobre essas restrições.
"Foi uma atitude no mínimo preconceituosa e desrespeitosa para com os idosos, que, num lugar desses, não ouvirão nem verão quase nada do espetáculo."
Ela, que é professora aposentada e blogueira, disse que protestou no Twitter e no Facebook, mas ainda quer entregar uma carta ao secretário municipal da Cultura de São Paulo, Carlos Calil.
Em nota, a Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo disse que lamenta, que investigará o ocorrido e que "reforçará a orientação para a empresa terceirizada responsável pela operação da bilheteria, a Ingresso Rápido".
Ainda segundo a pasta, no caso da distribuição gratuita de ingressos, os assentos localizados nos setores de melhor visibilidade já tinham sido distribuídos e só restavam entradas grátis para os idosos no setor 3 da plateia.
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