Publicidade
Publicidade
Crítica: Redundante, 'O Legado Bourne' dilui princípios que guiaram a franquia
Publicidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A trilogia Bourne, com Matt Damon, assentava-se sobre dois princípios. O primeiro, de que vivemos em um mundo apenas aparente; o mundo verdadeiro, onde se passam as coisas realmente sérias, é um universo de forças secretas, fechado, dominado por uns poucos senhores.
O segundo diz respeito a um tempo destituído de história. Não ter passado, não ter identidade (ou memória) é um atributo aceitável do protagonista. O futuro limita-se à luta pela sobrevivência.
O primeiro postulado permanece de pé em "O Legado Bourne". Mudam os nomes. Agora é Aaron Cross o superdotado agente, especialista em sobrevivência. O segundo, e mais interessante, degrada-se de maneira considerável, embora não inesperada.
Divulgação | ||
Jeremy Renner é o novo protagonista da franquia "Bourne" |
Alguém disse que um quarto filme deveria se chamar "Redundância Bourne". Faz sentido: "O Legado" não tem muito para onde ir. A ideia forte, de uma paranoia de segurança desenvolvida a tal ponto nos EUA que tende à autodestruição, foi virada e revirada nos filmes anteriores.
Assim, depois que Jason Bourne escapou a mil e um atentados, não resta muito às agências dessa demência geral, cujo fim era criar uma raça de superagentes, a não ser destruir seus rebentos.
Mal sabem que um dos superagentes restará vivo, Aaron Cross, justamente. E também uma supercientista, Marta Shearing. Os dois serão parceiros na fuga.
Como se pode presumir, o início do filme é mais interessante do que os dois últimos terços, em grande medida porque ali os diversos serviços secretos americanos batem cabeça e olham feio uns para os outros. A julgar pelo "Legado", a defesa do Ocidente está mais para chanchada do que para outra coisa.
Depois, o "Legado" se mostra não apenas redundante como vazio: um filme de perseguição onde se corre muito, se luta muito, se foge muito, mas não se vai a parte alguma. Sobreviver ainda é a ideia. Só que seu sentido já chega em estado de diluição homeopática.
O LEGADO BOURNE
DIRETOR Tony Gilroy
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Kinoplex Itaim e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular
+ CANAIS
+NOTÍCIAS EM ILUSTRADA
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice