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07/09/2012 - 06h13

Crítica: Redundante, 'O Legado Bourne' dilui princípios que guiaram a franquia

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INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A trilogia Bourne, com Matt Damon, assentava-se sobre dois princípios. O primeiro, de que vivemos em um mundo apenas aparente; o mundo verdadeiro, onde se passam as coisas realmente sérias, é um universo de forças secretas, fechado, dominado por uns poucos senhores.

O segundo diz respeito a um tempo destituído de história. Não ter passado, não ter identidade (ou memória) é um atributo aceitável do protagonista. O futuro limita-se à luta pela sobrevivência.

O primeiro postulado permanece de pé em "O Legado Bourne". Mudam os nomes. Agora é Aaron Cross o superdotado agente, especialista em sobrevivência. O segundo, e mais interessante, degrada-se de maneira considerável, embora não inesperada.

Divulgação
Jeremy Renner é o novo protagonista da franquia "Bourne"
Jeremy Renner é o novo protagonista da franquia "Bourne"

Alguém disse que um quarto filme deveria se chamar "Redundância Bourne". Faz sentido: "O Legado" não tem muito para onde ir. A ideia forte, de uma paranoia de segurança desenvolvida a tal ponto nos EUA que tende à autodestruição, foi virada e revirada nos filmes anteriores.

Assim, depois que Jason Bourne escapou a mil e um atentados, não resta muito às agências dessa demência geral, cujo fim era criar uma raça de superagentes, a não ser destruir seus rebentos.

Mal sabem que um dos superagentes restará vivo, Aaron Cross, justamente. E também uma supercientista, Marta Shearing. Os dois serão parceiros na fuga.

Como se pode presumir, o início do filme é mais interessante do que os dois últimos terços, em grande medida porque ali os diversos serviços secretos americanos batem cabeça e olham feio uns para os outros. A julgar pelo "Legado", a defesa do Ocidente está mais para chanchada do que para outra coisa.

Depois, o "Legado" se mostra não apenas redundante como vazio: um filme de perseguição onde se corre muito, se luta muito, se foge muito, mas não se vai a parte alguma. Sobreviver ainda é a ideia. Só que seu sentido já chega em estado de diluição homeopática.

O LEGADO BOURNE
DIRETOR Tony Gilroy
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Kinoplex Itaim e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular

 

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