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19/09/2012 - 03h20

Análise: Autor vem de família de fanáticos religiosos e só foi ao cinema após os 17

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ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Paul Schrader, 66, é um dos nomes marcantes da grande geração de cineastas que surgiu nos EUA nos anos 1970 e que inclui talentos como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Peter Bogdanovich e William Friedkin, entre outros.

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A marca do cinema de Schrader é a solidão.

Seus personagens são, geralmente, pessoas melancólicas e atormentadas, sempre em luta contra uma sociedade que os marginaliza.

Não é à toa que Paul Schrader se notabilizou por explorar o lado sombrio do ser humano: criado numa família de fanáticos religiosos dissidentes do calvinismo holandês, Paul e o irmão mais velho, Leonard, sofriam dos pais punições físicas bárbaras e humilhantes.

Divulgação
O roteirista e diretor de cinema Paul Schrader
O roteirista e diretor de cinema Paul Schrader

COISA DO DIABO

Para os pais, cinema era coisa do diabo. Até os 17 anos de idade, Paul nunca havia entrado em um cinema com medo de ir para o inferno.

Quando finalmente descobriu o cinema, no meio dos anos 1960, tornou-se um cinéfilo compulsivo.

Ficou obcecado pela nouvelle vague de Godard e Truffaut (1932-1984) e devorou os filmes do japonês Yasujiro Ozu (1903-1963) e do francês Robert Bresson (1901-1999).

Schrader adorava os textos da crítica Pauline Kael (1919-2001), conhecida por seu estilo ácido. Foi Kael que recomendou Schrader para escrever sobre cinema em jornais alternativos na Califórnia.

Em 1974, ele escreveu, em parceria com o irmão, "Operação Yakuza", um filme sobre a máfia japonesa dirigido por Sydney Pollack (1934-2008). Depois disso, fez roteiros para Brian De Palma ("Trágica Obsessão") e Scorsese ("Taxi Driver" e "Touro Indomável").

DIRETOR

Em 1978, Schrader estreou como diretor no drama "Vivendo na Corda Bamba", sobre um trio de empregados de uma firma automobilística que resolve roubar o cofre do sindicato. Foi um dos raros papéis dramáticos do comediante Richard Pryor.

Outros filmes de destaque em sua carreira de diretor são "Gigolô Americano" (1980), com Richard Gere, "A Marca da Pantera" (1982), refilmagem do clássico de terror psicológico que Jacques Tourneur (1904-1977) dirigiu em 1942, e "Mishima - Uma Vida em Quatro Capítulos" (1985), sobre o escritor japonês Yukio Mishima.

Mas a infância infeliz nunca o abandonou, e Schrader fez alguns filmes inspirados no pai, notadamente o pesado "Hardcore" (1979), em que George C. Scott faz um pai à procura da filha adolescente, que aparece num filme pornográfico, e "Affliction" (1997), em que Nick Nolte e Willem Dafoe sofrem com o pai violento e dominador, interpretado por James Coburn.

 

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