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Crítica: Exposição de Andy Warhol em Nova York é óbvia e preguiçosa
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RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK
As filas já são enormes e a exposição "Observando Warhol: Sessenta Artistas, Cinquenta Obras", em cartaz até 31/12 no Metropolitan, de Nova York, já atingiu seu objetivo de atrair milhares de turistas ao maior museu de arte dos Estados Unidos.
Mas a previsibilidade da curadoria e a sensação de que é a enésima retrospectiva sobre Andy Warhol (1928-1987) se fazendo passar por algo de novo sabotam a mostra, que comprova que apenas obras boas não garantem uma bela exposição.
Há 50 obras de Warhol e 100 de artistas supostamente influenciados por ele. Todos os suspeitos usuais estão lá: Jeff Koons, Damien Hirst, Takashi Murakami, Matthew Barney e Cindy Sherman, além do brasileiro Vik Muniz.
As analogias são preguiçosas. Em uma sala com o tema "Morte", há um neon de Bruce Nauman escrito "Death" (sim, morte) e uma caveira de Jean-Michel Basquiat.
Metropolitan Museum of Art/Associated Press | ||
A obra "Cow Wallpaper", exposta na mostra "Observando Warhol: Sessenta Artistas, Cinquenta Obras", em Nova York |
Na seção "Gays: Camuflagem e Identidades em Mutação", há fotos de Robert Mapplethorpe e Richard Avedon. Na dedicada a "Celebridades e Poder", há um autorretrato de Sherman onde ela se produz como uma estrela de cinema e o famoso "Michael Jackson e Bubbles", de Koons em porcelana dourada.
Ao frequentador habitual de exposições, resta um joguinho no início de cada sala. Pelo tema, tente adivinhar o que você vai ver. O problema é que os palpites sempre se confirmam.
Warhol expressou como poucos o espírito de sua era e foi premonitório em dezenas de tendências, do culto à celebridade e de escancarar o mercantilismo do mundo da arte à diversidade sexual, à repetição e ao efêmero. O Metropolitan não traz nenhuma novidade ao repetir isso.
Sua expressão "15 minutos de fama" até parece generosa demais em tempos de BBB. Se há aspectos desconhecidos sobre o artista de formação católica e de classe média operária de Pittsburgh que dominou a cena nova-iorquina por décadas, eles ficaram de fora do Met. A contemporaneidade do artista ficou postiça no museu.
OBSERVANDO WARHOL
QUANDO ter. a qui. e dom., das 9h30 às 17h30, sex. e sáb., das 9h30 às 21h
ONDE The Metropolitan Museum of Art, Nova York
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