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Artistas emergentes da região do Mediterrâneo ganham mostra
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SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Esqueletos de concreto despontam na paisagem de Beirute. São ruínas modernas e gigantescas, alvo dos bombardeios nas últimas guerras no Líbano e sinais de uma destruição agora congelada.
Ziad Antar, fotógrafo libanês, registra esses endereços com frieza documental, mas o calor do conflito em pleno Mediterrâneo continua ali.
De um lado, países da Europa enfrentam a maior crise econômica dos tempos modernos. Do outro, revoluções derrubam ditaduras que antes pareciam eternas. No meio, está o mar Mediterrâneo, corpo de água que nos trabalhos desses artistas parece corroer a paisagem.
Em trânsito entre o norte da África e o sul da Europa, artistas como Antar, a egípcia Ghada Amer, o italiano David Casini, o marroquino Faouzi Bensaïdi e o albanês Adrian Paci, vozes emergentes da região, estão agora reunidos numa mostra no Sesc Pinheiros.
São trabalhos que destrincham a rotina de um território em transformação.
Divulgação | ||
Fotografia de Marie Bovo que está na mostra 'A Abordagem Mediterrânea', no Sesc Pinheiros |
Marie Bovo, espanhola radicada em Marselha, fotografa de baixo para cima os varais de construções na cidade do sul da França. O céu surge branco e poeirento, caminha para o azul do meio-dia e mergulha num roxo profundo.
Estáticas, as roupas secam nesses varais estendidos enquanto a crise afunda bancos e governos e guerras ocorrem do outro lado do mar.
Essa sensação de pausa inquieta também está nas obras de David Casini, que reproduziu construções ilegais na Sicília e instalou suas maquetes sobre pedaços de coral.
Sob redomas de vidro, seus prédios são bibelôs sarcásticos, um símbolo da corrupção que na região parece brotar e crescer como forma natural, um fóssil mediterrâneo.
No fundo, é uma reflexão sobre a ordem deslocada. Da mesma forma que uma vista aérea das ondas que se arrastam na areia, no vídeo da francesa Ange Leccia, lembra um eletrocardiograma da região, formas abstratas medem a tensão no ar.
Esse mesmo mar é objeto de contemplação dos homens que passam o dia a olhar o porto de Argel. No vídeo da francesa Zineb Sedira, a câmera passeia por cenários urbanos da capital argelina, quase sempre vazios, e mostra homens solitários.
Se o mar é metáfora para uma barreira de contenção entre África e Europa, na obra do israelense Khalil Rabah a fronteira ganha dimensão concreta com o muro erguido entre Israel e Palestina.
Rabah juntou o entulho da construção e leiloou caixas de pedras e areia num irônico ritual de expurgo, a separação entre os povos a ser arrematada em ato público.
A ABORDAGEM MEDITERRÂNEA
QUANDO de ter. a sex., das 10h30 às 21h30; sáb. e dom., das 10h30 às 18h30; até 13/1/2013
ONDE Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
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