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12/10/2012 - 05h11

Crítica: Filme soa falso por tratar com leveza a velhice, que não é leve

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INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Pode-se inventar o eufemismo que for: terceira idade, melhor idade, idade de ouro... A velhice é simplesmente isso: a velhice, o momento de decadência do ser humano, aquele que precede a doença crônica e/ou a morte.

Dito isso, admitamos que a velhice é cada vez mais um problema. A cada década, a medicina é capaz de esticar nossa existência. Vivemos mais. E o problema se agrava. Claramente colocado: o que fazer com nossos velhos?

E vamos logo admitindo: não existem respostas satisfatórias a essa questão. Não existem ainda e talvez não existam nunca. Daí o grupo de amigos deste filme francês levantar a questão que termina por ser seu título: "E se Vivêssemos Todos Juntos?".

A decisão se dá depois que um deles, Albert, sofre uma grave queda ao passear com o cachorro. Embora atribua a queda ao piso escorregadio, é evidente que ele é incapaz de levar seu cão: é levado por ele.

Os amigos são pessoas razoavelmente diferentes. Há desde Jean (Guy Bedos), renitente militante político, ao conquistador Claude (Claude Rich). Há Jeanne (Jane Fonda), professora universitária aposentada, e Annie (Geraldine Chaplin), herdeira. Sem falar de Albert, que já está com a memória mais para lá do que para cá.

A ideia de uma comunidade da velhice tem algo de hippie, e não à toa. Apesar das experiências diferentes, todos pertencem a gerações que, de um modo ou de outro, viveram intensamente um momento de utopias.

Poderia ser um caminho? Afinal, melhor conviver com amigos, tomar seus vinhos, reviver suas mágoas, do que ir para uma casa de repouso.

Melhor, talvez. Mas não resolve o problema da velhice, assim como não resolve o do filme: ao evocar o epílogo de nossas vidas, o diretor e roteirista Stéphane Robelin entra num beco sem saída.

Não é o amargor da velhice que o provoca: é, ao contrário, a simples hipótese de encarar com leveza, algum humor e "boa vontade" aquilo que nada tem de leve ou feliz que faz o filme soar falso em quase toda sua extensão.

E SE VIVÊSSEMOS TODOS JUNTOS?
DIRETOR Stéphane Robelin
PRODUÇÃO França, 2011
ONDE Reserva Cultural e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular

 

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