Abertura da 36ª Mostra de Cinema de São Paulo reflete clima político da cidade

A poucos dias das eleições decisivas para a Prefeitura de São Paulo, a abertura da 36ª Mostra Internacional de Cinema, nesta quinta-feira (18), no Auditório Ibirapuera, refletiu o clima de campanha política em seus convidados e discursos.

Mostra aposta em filmes consagrados em grandes festivais
Mostra de SP é aberta com filme que expõe cicatrizes da ditadura chilena

A primeira autoridade a subir no palco foi a ministra da cultura Marta Suplicy, que lembrou da importância do evento. "Faz pouco mais de um mês que estou à frente do Ministério da Cultura e tenho o privilégio de participar de mais um evento desse porte, que mostra a diversidade audiovisual brasileira e mundial. Desde adolescente tive acesso a bons filmes do mundo por causa da Mostra", falou a ministra, que cometeu um pequena gafe ao chamar o apresentador Serginho Groissman de "Carlinhos" ao arrumar o microfone.

Em seguida, o prefeito Gilberto Kassab recordou a ausência de Leon Cakoff, criador da Mostra, morto ano passado, vítima de um câncer, mas emendou com uma brincadeira: "Ficarei feliz de estar aqui ano que vem sem ser prefeito, aplaudindo vocês".

Já Marcelo Mattos Araujo, secretário de cultura do governo do Estado, aproveitou o momento para falar de projetos governamentais relativos ao cinema, apesar de ter iniciado com a lembrança de fazer parte de uma geração de cinéfilos educada pela Mostra de SP. "Naquele tempo, eu tinha um privilégio muito grande: tempo livre, com a possibilidade de passar dias inteiros no auditório do Masp vendo a programação."

No fim, o drama "No", de Pablo Larraín, foi apresentado pelo produtor Daniel Dreifuss, que exaltou o tema do longa chileno, sobre a retirada do ditador Pinochet do poder pelo voto popular: "Que o filme sirva de inspiração a todos e não somente ao Chile".