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02/11/2012 - 05h21

Crítica: 'Magic Mike' é conto da carochinha com homens pelados

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CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

O que pode um corpo? Para responder a essa pergunta que cerca o fascínio exercido pela perfeição física, na qual o termo "sarado" se tornou sinônimo de saúde, "Magic Mike" desce do olimpo das academias e busca um significado fácil.

Steven Soderbergh retoma a veia de "Sexo, Mentiras e Videotape" (1989), seu primeiro longa, para conferir a quantas anda a relação entre tesão, trapaça e a imagem ao alcance de todos.

Mas o filme fica bem aquém da demolição da aparência feita, por exemplo, na série "Nip/Tuck", ambientada na mesma Flórida embalada a anabolizantes e feromônios.

Channing Tatum, ex-modelo e astro emergente, faz o Mike do título, um cara que vive do apelo do seu corpão.

Divulgação
Cena do filme "Magic Mike"
Cena do filme "Magic Mike"

Trabalhador braçal de dia e stripper à noite num clube exclusivo para mulheres, Mike junta a grana que a mulherada enlouquecida coloca em sua sunga. Seu projeto é largar a vida dupla e abrir um negócio, uma empresa de móveis artesanais.

No caminho da desilusão, o gostosão encontra Adam, um perfeito idiota de 19 anos que logo incendeia as fantasias da plateia feminina do clube Xquisite.

E esbarra na ambição de Dallas, o dono do clube e stripper veterano que Matthew McConaughey encarna sem pudores de exibir em close a potência dos seus glúteos.

Entre a ingenuidade de Adam e o cinismo de Dallas, Mike percorre um arco que conduz o espectador da amoralidade do sexo casual ao final moralizante, em que o amor tudo salva. No caminho, o filme perde o que tem de mais provocante, além das cenas de nudez.

Mais que a "Ou Tudo ou Nada", comédia em que os homens tiravam a roupa para sobreviver aos efeitos da crise econômica, "Magic Mike" se aparenta a "Showgirls", retrato da ambição que envenenava a ideia de sucesso.

O filme de Soderbergh, contudo, prefere restituir a crença nos valores.

Depois de uma primeira hora que tira bom proveito da mistura de sacanagem e diversão, a segunda parte entra numa cruzada pelos bons costumes, mostrando que sexo fácil combina com drogas e leva a um universo sem saída ao qual só sobrevivem os pervertidos.

A opção conservadora transforma "Magic Mike" numa versão atual dos contos da carochinha, só que apimentado com muitas cenas de homens pelados.

MAGIC MIKE
DIREÇÃO Steven Soderbergh
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Anália Franco UCI, Pátio Paulista Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO regular

 

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