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23/11/2012 - 04h48

'Medo é uma palavra que não existe no meu dicionário', diz Werner Herzog

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RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O diretor Werner Herzog, 70, já foi baleado ao cruzar a fronteira de Honduras com a Nicarágua, escapou de acidentes aéreos, filmou tragédias naturais e domou atores como Klaus Kinski ("Fitzcarraldo"), Nicolas Cage ("Vício Frenético") e Christian Bale ("O Sobrevivente").

Então encarar uma mostra de seus longas e ministrar uma aula magna no Rio é um passeio no parque para o alemão de "O Homem Urso".

No Brasil para participar do Festival 4 + 1, que acontece no Rio até domingo, o cineasta alemão falou à Folha sobre futebol, cinema e... a saga "Crepúsculo".

Bruno Girão/Divulgação
O cineasta Werner Herzog
O cineasta Werner Herzog

*

Folha - O sr. mencionou que adoraria vir ao Brasil para a Copa, mas como jogador.

Werner Herzog - Ser jogador de futebol faz parte dos sonhos inalcançáveis, como ser astronauta e mergulhar nas profundezas oceânicas.

James Cameron conseguiu...

Sim, e eu o admiro por isso. É extraordinário o tamanho da curiosidade e o conhecimento técnico que ele possui do oceano. Eu o admiro mais por isso do que por seus filmes (risos).

O sr. cita "Avatar" como um filme especial feito para 3D.

Sim, ele quebrou barreiras. Ele conseguiu reviver a tecnologia para nossos tempos e devemos isso a "Avatar". Se eu gosto ou não do filme, não importa. Não tenho nada contra o formato, tanto que o usei em "A Caverna dos Sonhos Perdidos".

O sr. torce por algum time?

Eu vejo o Bayern de Munique. Mas o maior de todos os jogadores sempre será Garrincha. Ele é o Brasil.

Por que essa fascinação pelo Brasil? Você fez "Fitzcarraldo" e "Cobra Verde" aqui nos anos 1980, época em que poucos cineastas filmavam no país.

Sou curioso e adoro a selva. E sempre senti afinidade com o cinema feito aqui nos anos 1960 e 1970. Tinha esse espírito de procurar a própria identidade cultural. A gente passava por isso na Alemanha após a barbárie nazista.

Você trabalhou com astros como Klaus Kinski, Nicolas Cage e Christian Bale. Era muito difícil controlá-los?

Nunca tive grandes dificuldades. Às vezes era difícil com Kinski. Queria matá-lo, e ele queria me matar. Mas havia algo em nossa colaboração que resultava em trabalhos extraordinários. Cage nunca esteve melhor do que em "Vício Frenético".

O sr. está planejando dirigir "Queen of The Desert" com Robert Pattinson?

Estamos levantando verba, mas Robert não tem um grande papel. Ele é interessante e vejo algo profundo nele.

Viu os filmes dele?

Sim, eu assisti a "Crepúsculo", que, por sinal, não é um mau filme de jeito nenhum. É uma boa história, e Hollywood descobriu um público pré-adolescente feminino que estava sendo negligenciado pela indústria.

O sr. toparia se envolver em um projeto assim?

Se pudesse escrever o roteiro e não só dirigir, toparia.

O sr. já filmou em situações extremas. Não tem medo?

Não, essa palavra não existe no meu dicionário.

Mas nunca desistiu de um projeto pelo perigo?

Sim. Queria fazer um filme com Ryszard Kapuscinski (jornalista) no Sudão, há 17 anos. Ele quase tinha sido morto numa emboscada lá um ano antes. Ele me disse: "Se formos, não voltaremos vivos". Desisti. Tenho senso do perigo, mas a partir do momento em que aceito o projeto, encaro tudo.

*

Veja os destaques da programação:

HOJE (23)
12h - "Bellflower" (CCBB 1)
12h30 - "Photographic Memory" (CCBB 2)
14h30 - "La Terre Outragée" (CCBB 1)
14h45 - "Les Éclats" (CCBB 2)
17h - "La Demora" (CCBB 1)
17h15 - "Goodbye" (CCBB 2)
19h30 - "Life Without Principle" (CCBB 1)
19h45 - "Terri" (CCBB 2)

ONDE
Centro Cultural Banco do Brasil (rua Primeiro de Março, 66; Rio de Janeiro; tel. 0/xx/21/ 3808-2020)

QUANTO
grátis

ON-LINE
US$ 2,50 por filme
US$ 12 pelo pacote de 12 filmes em festival4mas1.com

 

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