Vocalista do Arch Enemy critica tortura contra animais e se diz ansiosa para show em SP

Com 17 anos de estrada, os suecos do Arch Enemy voltam ao Brasil para se apresentar no Carioca Club, em São Paulo, no próximo domingo (25).

A vocalista da banda, Angela Gossow, foi uma das mulheres que mais se deram bem cantando death metal. Ela é engajada na cultura vegan (dieta livre de ingredientes derivados de animais) e sempre criticou a maneira como a indústria das carnes trata os animais.

"A criação de gado nos custa grandes quantidades de floresta a cada dia. Os animais têm de sofrer terrivelmente e as pessoas que trabalham neste setor, muitas vezes têm de suportar condições terríveis também", criticou Angela, em entrevista à Folha.

O fato de cada vez mais mulheres se interessarem pelo heavy metal também anima a vocalista. "Assim como as mulheres entraram no mundo dos negócios, o movimento se reflete na cena do metal", explica.

Divulgando seu mais recente trabalho, "Khaos Legion", o grupo que ainda conta com Michael Amott (guitarra), Nick Cordle (guitarra), Sharlee D'Angelo (baixo) e Daniel Erlandsson (bateria), faz uma única apresentação no país. "O Brasil é um país com diversas influências culturais. Os fãs são apaixonados e estamos muito ansiosos para voltar a São Paulo", finaliza.

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	A banda de death metal Arch Enemy

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Leia os principais trechos de sua entrevista

Folha - Como você definiria a sonoridade do Arch Enemy para quem ainda não conhece a banda?

Angela Gossow - Como um "metal extremo". Nós misturamos todos os tipos de influências do heavy metal, tradicional, speed, thrash, death e metal progressivo.

Como você vê sua evolução na banda desde que gravou o primeiro álbum, Wages of Sin, em 2001?

A banda não foi um sucesso imediato, mas sim um sucesso ao longo das décadas e na carreira. Nós evoluímos a cada álbum e conquistamos uma base de fãs com o tempo, mas sempre crescente e cada vez maior.

Quais as principais memórias que você tem do Brasil?

O Brasil é um país muito interessante, com rostos diferentes e influências culturais. Muito vivo. Os fãs são apaixonados e dão suporte. Nós tocamos alguns grandes shows no Brasil e estamos muito ansiosos para voltar a São Paulo.

Quais as principais diferenças entre a nossa cultura e da Suécia?

Os brasileiros têm a mente mais aberta e são mais amigáveis. Vocês cumprimentam estranhos e de braços abertos. Nós somos mais racionais, além de bastante reservados.

O Arch Enemy é da Suécia e o heavy metal e rock são bem populares na Escandinávia. Por que esse estilo musical é tão apreciado nessa região?

É bastante frio e escuro na Suécia a maior parte do ano. Então, nós não gastamos nossos dias no sol ou na praia, mas em porões tocando música obscura (risos). O heavy metal geralmente nasce da raiva, escuridão e depressão.

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	Angela Gossow, vocalista da banda de death metal Arch Enemy

Você canta em uma banda só de homens, em um estilo do heavy metal que tem o canto vocal mais pesado. Quando você descobriu que queria fazer isso?

Comecei a escutar metal extremo quando tinha apenas 15 anos. Eu sempre cantava junto, mas entrei em uma banda de death metal apenas pela diversão e derrepente estou fazendo isso por mais de 20 anos.

Você acredita que hoje em dia as mulheres estão mais familiarizadas com o heavy metal?

Sim, é claro. Assim como as mulheres entraram no mundo dos negócios, essa mudança também é refletida no metal. As mulheres gostam de metal, assim como os homens. E elas estão ficando muito envolvidas com a cena musical.

O Arch Enemy lançou seu último álbum, Khaos Legions, em 2011. Como tem sido a turnê até agora?

Muito boa. Temos visitado todos os continentes com este álbum e estamos agora no final do ciclo de turnês. Deixamos o melhor para o fim, que é tocar para nossos fãs da América Latina.

Você é adepta a dieta vegan. Qual é sua opinião sobre o consumo de carne no mundo?

Decidi me tornar vegan por razões de saúde, éticas e para proteger o meio ambiente. Criar gado nos custa grandes quantidades de floresta. Os animais têm de sofrer terrivelmente e as pessoas que trabalham nesse setor, muitas vezes têm de suportar condições terríveis também.

É tudo desumano. A gordura animal é ruim para nossas veias... Ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais são frequentemente resultantes de uma dieta a base de carne. Quero ter uma vida longa e saudável.

E a crueldade com os animais não é apenas desnecessária, mas eticamente imperdoável. Nós temos consciência e podemos escolher o melhor.

Como você vê a internet no mundo da música? As pessoas baixam discos o tempo todo, mas muitas vezes escutam músicas separadas e não o trabalho por inteiro.

As pessoas não têm ideia sobre a obra de arte que é a música. Eles não escutam música de boa qualidade, mas apenas como um mp3 comprimido. Eles não lêem as letras. Eles não observam a capa e encarte que vai com ele. A música se tornou fast food.

A maneira como eu descobri a música era muito mais intensa e satisfatória. Eu comprei o vinil, o levei para casa, escutei várias vezes em um aparelho de som enquanto lia as letras, o encarte etc. A música era realmente viva para mim e não algo que eu consumia rapidamente.

Após essa turnê do álbum "Khaos Legions", o que Arch Enemy pretente fazer? Podemos esperar um novo álbum?

Lançaremos um DVD ao vivo em 2013. Vamos documentar toda a turnê da América Latina filmando os fãs, os shows, viagens, bastidores, etc. Em 2014 vamos lançar um novo álbum.

ARCH ENEMY - Abertura: MX
QUANDO 25/11 (dom.), à partir das 18h
ONDE Carioca Club (r. Cardeal Arcoverde, 2.899, São Paulo)
QUANTO R$ 100, à venda no site www.liberationstore.net
CLASSIFICAÇÃO 14 anos