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Obra lembra auge da rainha Elizabeth 2ª
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BERNARDO MELLO FRANCO
DE LONDRES
Olhando hoje, nem parece, mas aquela senhorinha de aparência pacata, com óculos arredondados e cabelos de algodão, já foi a mais perfeita tradução do glamour e do jet set internacional.
Aos 86 anos, Elizabeth Alexandra Mary, a rainha Elizabeth 2ª, voltou ao noticiário no papel de bisavó do futuro herdeiro da coroa, filho de William e Kate.
Na Inglaterra, um livro de fotografias recém-lançado pela Taschen relembra tempos mais agitados, quando ela era o centro das atenções e desfilava a fleuma da monarquia britânica pelos cinco continentes.
Harry Benson/Divulgação | ||
A rainha Elizabeth 2ª e o príncipe Philip acenam da porta do avião real ao final de uma visita oficial a países do Caribe |
"A rainha era a pessoa mais famosa do mundo. Todos, conhecidos ou anônimos, sonhavam em um dia estar com ela", resume o fotógrafo Reuel Golden, organizador de "Her Majesty" (sua majestade, em inglês).
As imagens não o deixam mentir. Numa das grandes fotos do livro, Marilyn Monroe tenta disfarçar o nervosismo numa fila à espera do aperto de mão real, em 1956.
Sem nunca ter se destacado pela beleza, Elizabeth foi uma espécie de precursora da era das celebridades. Perto dela, durante boa parte do século 20, toda estrela voltava a se sentir uma mera súdita.
"Não existia Madonna, Lady Gaga. Ela viajava para os cantos mais remotos e as pessoas saíam de casa para se aglomerar nas ruas e vê-la passar", diz Golden.
O inglês, que hoje mora nos Estados Unidos, dedicou 15 meses à busca pelas imagens que recheiam o livro.
A procura fez surgirem fotos inéditas há décadas, como um registro da monarca sorridente ao fim de uma visita às antigas Índias Ocidentais, em 1966. O clique estava esquecido nos arquivos de Harry Benson, famoso por fotografar os Beatles em turnê.
"Como hoje tudo é digital, muita coisa estava destinada a se perder em velhos negativos. Esta imagem provavelmente nunca seria revelada", comenta Golden.
SUCESSO BRITÂNICO
Numa ilha onde o retrato da monarca impassível ainda é onipresente, das notas de libra esterlina aos selos postais, têm feito sucesso imagens de uma Elizabeth mais despojada e informal.
Nessa linha, "Her Majesty" traz cenas curiosas, como a rainha dirigindo um Daimler, lendo jornais com o marido ou gargalhando no convés do Britannia, o iate da realeza.
Diana, a princesa que se tornou mais popular que toda a monarquia, aparece em apenas três cliques da biografia fotográfica. A rainha não sorri em nenhum deles.
Na sequência, em uma boa sacada da edição, ressurge na tela de uma televisão, no histórico pronunciamento pela morte da ex-nora, em 1997.
O livro traz galeria de vestidos de gala e chapéus exóticos, marca do guarda-roupa real, e uma retrospectiva de como a imprensa britânica e mundial retratou seu reinado, que já chega a 60 anos.
No fim, retratos de fotógrafos contemporâneos, como a americana Anne Leibovitz, mostram uma rainha serena, que se afastou das multidões e parece preparar em silêncio a própria sucessão.
"Her Majesty" é vendido em Londres a cerca de R$ 33). Numa edição de luxo, chega a £ 550 (mais de R$ 1.830).
HER MAJESTY
ORGANIZADOR Reuel Golden
EDITORA Taschen (importado)
QUANTO R$ 510 (306 págs.) nas livrarias brasileiras
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