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07/02/2013 - 03h05

Crítica: em São Paulo, Ai Weiwei mostra importância de artista como provocador

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FABIO CYPRIANO
CRÍTICO DA FOLHA

A fotografia não é o suporte que fez o artista chinês Ai Weiwei tornar-se o nome mais falado no cenário artístico e um fenômeno na mídia, mas a exposição "Ai Weiwei - Interlacing", no Museu da Imagem e do Som (MIS), aponta a importância da constituição da imagem em seu processo de trabalho.

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Com cerca de 500 fotografias nas paredes, além de outras 8.000 que se alternam em monitores, todas selecionadas pelo próprio artista, a mostra, que abre hoje, com curadoria de Urs Stahel, comprova a atualidade de Weiwei e sua relação com as mídias sociais e o ativismo.

Ai Weiwei
Fotografia da série "Estudo de Perspectiva", de Ai Weiwei
Fotografia da série "Estudo de Perspectiva", de Ai Weiwei

O primeiro andar, em que os visitantes precisam calçar sapatilhas para andar no piso branco, um exagero cenográfico, é onde estão as obras mais conhecidas do artista.

É o caso de "Derrubando uma Urna da Dinastia Han" (1995): três imagens em que Weiwei destrói o que seria a relíquia arqueológica. O tríptico representa o desapego à tradição chinesa e a necessidade de rompimento com o passado, marcas do chinês.

Esse caráter militante em seu trabalho se expressa também na série "Estudo de Perspectiva" (1995-2010), na qual Weiwei mostra o dedo médio a diversos locais icônicos de poder, a começar da praça da Paz Celestial, em Pequim, local do massacre de 1989.

Sarcástica, a série ataca "templos" da arte como a Tate e a Saatchi Gallery, de Londres.

Mas seu trabalho mais contundente, e que também explica a perseguição pelo regime comunista chinês, está na série "Terremoto".

Ai Weiwei
Retrato feito por Ai Weiwei em Nova York e que está no MIS
Retrato feito por Ai Weiwei em Nova York e que está no MIS

Em 2008, cerca de 69 mil pessoas morreram por conta do abalo sísmico em Sichuan, mas o governo chinês se recusou a listar nomes de crianças mortas em escolas com condições precárias. O artista criou uma força-tarefa que conseguiu reunir 5.385 nomes.

Enquanto grande parte da arte contemporânea gira em torno de "supermercadorias" para o comércio de luxo, a exposição de Weiwei mostra sua relação com o contexto e a presença do artista como agente provocador.

AI WEIWEI - INTERLACING
QUANDO ter. a sex., das 12h às 21h, sáb., dom. e feriados, das 11h às 20h; até 14/4
ONDE MIS (av. Europa, 158, tel. 0/xx/11/2117-4777)
QUANTO R$ 6
AVALIAÇÃO ótimo

 

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