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"Wall Street 2" é fiel ao retratar colapso de banco durante crise mundial
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TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Engajado contra o capitalismo financeiro, o segundo "Wall Street" de Oliver Stone torna ficção a euforia dos mercados antes da crise e mostra episódios reais, como as reuniões dos banqueiros no Federal Reserve (banco central dos EUA) de Nova York, para socorrer bancos em apuros.
É fiel ao retratar o colapso do banco Bear Sterns (o fictício Keller Zabel), vendido na bacia das almas ao rival JP Morgan por US$ 2 cada ação um mês após valer US$ 79.
Stone, ele próprio filho de um corretor da Bolsa, conhece bem a lógica e a ética de Wall Street. Foi bem assessorado, sabe como as pessoas falam, se vestem e economizam até no "bom dia" para manter o ar predador, valorizado pelos empregadores.
Como no caso dos yuppies dos anos 80, época do primeiro filme, ainda é igual à ambição dos mauricinhos de 2008, egressos dos MBAs, e mais preocupados com o bônus anual do que com os relacionamentos pessoais conturbados, que seguram a audiência na ficção.
Stone acerta ao dar vida a personagens ansiosas, que trabalham mais de 12 horas atrás do primeiro milhão, mas que são apaixonadas pelas empresas que financiam; afinal, para vender bem um negócio a investidores chineses (isso aparece no filme), é preciso acreditar muito.
O filme é engajado por "chutar cachorro morto" e reproduzir a condenação da opinião pública aos bancos.
Para concluir a tese da usura dos banqueiros, cita teorias como do "moral hazard" (risco moral de estimular comportamento imprudente pela certeza de socorro do governo), da financeirização excessiva dos EUA (40% dos lucros vêm dos bancos, que só intermedeiam e não produzem coisas) e da impossibilidade de impedir crises porque o mercado sempre encontrará uma forma de gestar a próxima bolha --o filme sugere que a próxima será da energia "verde"!
Divulgação | ||
Michael Douglas e Oliver Stone em "Wall Street 2" |
Faltou retratar o quanto aquelas pessoas se autoenganavam e acreditavam que tudo, de fato, estava indo bem. No filme, banqueiros aparecem céticos, resignados e maus, como se sempre soubessem da fragilidade do castelo de areia montado.
Dois anos depois, ainda é comum encontrar pessoas que viveram aqueles dias ainda perplexas e tentando explicar, com suas palavras, o que deu errado e por que se enganaram daquela forma.
Do lado brasileiro, vale mencionar a distância do nosso mercado às práticas nos EUA. Gordon Gekko (Douglas) saiu da cadeia em 2008, após oito anos por crime de "insider" (uso de informação privilegiada). "Insider" é crime no Brasil desde 2001, mas até hoje nenhum Michael Douglas foi preso.
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