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Festival de jazz termina com boas escolhas e sonoridade cool
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MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO
Foi uma jornada musical extensa, que começou no domingo, às 21h20, e só terminou às 2h da madrugada desta segunda-feira (13). Apenas 50% do público ficou até o fim.
Mas compensou. As três atrações da noite "global" do BMW Jazz Festival fizeram valer o ingresso.
O som intimista e algo experimental dos noruegueses do Tord Gustavsen Trio. O incrível fraseado cigano do franco-catalão Renaud Garcia-Fons. E o bom e velho fusion do americano Marcus Miller, única atração black da noite, só para lembrar de onde mesmo veio o gênero que dá título ao festival.
A escolha do Tord Gustavsen Trio para abrir a noite não poderia ter sido mais feliz. Piano, baixo e bateria com ótima interlocução.
O piano flutuou entre o jazz tradicional e o que mais se possa imaginar _latino, afro, blues, erudito e algo completamente desconhecido por aqui, o folk escandinavo. A bateria surgia etérea, jamais se sobrepondo. Não havia espaço para exibicionismos. A sonoridade é cool. Totalmente atmosfera.
Uma curiosidade: o pianista Gustavsen é formado em psicologia, tem mestrado em musicologia e sua principal área de interesse é a fenomenologia da improvisação.
FARRA CIGANA
A formação da banda que se apresentou com o contrabaixista Renaud Garcia-Fons já entrega: há um violão com pegada flamenca, um bandonéon e um percussionista sentado em um cajón.
Mas é o baixo de Garcia-Fons a grande atração. A sonoridade que o músico tira do instrumento é inclassificável. Enche a sala. Com uma técnica impressionante, Garcia-Fons toca com arco e dedilhado e dispõe de uma pedaleira para criar efeitos. O baixo é dotado de uma quinta corda, o que lhe amplia o leque de possibilidades.
O público se empolgou, até porque se trata de uma música de mais fácil apreensão para nós, latinos.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Apresentação de Renaud Garcia-Fons, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, na noite de domingo (12) |
SAUDADE DE MILES
A atração mais esperada da noite foi também a mais previsível. Marcus Miller como sempre arrasou no contrabaixo elétrico, mas foi praticamente só.
A ideia de revisitar o último dos vários álbuns seminais de Miles Davis, "Tutu" (1986), não trouxe muita inovação. Miller tem credenciais para o desafio. Foi ele o produtor e multi-instrumentista deste clássico dos anos 80.
Porém ele próprio já havia alertado: "Uma coisa universalmente compreendida sobre Miles Davis é que ele nunca olhou para trás". Não se pode dizer o mesmo sobre o "Tutu Revisited", de Miller.
No palco o que se viu foi um fusion tradicional e até envelhecido (o uso do sintetizador, especialmente, reforçava a sensação). E os músicos que o acompanhavam não ajudavam.
Mas "Tutu" é "Tutu", e qualquer celebração em torno, especialmente por Miller, merece respeito.
BMW JAZZ FESTIVAL
TORD GUSTAVSEN TRIO bom
RENAUD GARCIA-FONS ótimo
MARCUS MILLER bom
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