Grécia precisa de investimentos para sair da crise, diz ministra

A Grécia não terá problemas para financiar a sua dívida e restabelecerá a confiança do mercado, contando com o investimento estrangeiro para recuperar a economia, afirmou a ministra da Economia do país, Louka Katseli.

O país mais frágil da zona do euro está implantando duras medidas para a redução do seu deficit e sua dívida.

A ministra da Economia afirmou, em entrevista à Reuters na noite de quinta-feira, que a chave para impulsionar a economia da Grécia são os investimentos estrangeiros e que a sua pasta está trabalhando duro para receber investidores de todo o mundo, incluindo da China e o Oriente Médio.

"A locomotora para o crescimento em 2011 e 2012 não será o consumo, como ocorreu no ano passado. Esperamos que sejam os investimentos privados e as exportações", afirmou.

A ministra tem um dura tarefa pela frente. A Grécia ocupa a 46º posição no ranking de competitividade mundial, elaborado pelo IMD (International Institute for Management Development) e que conta com 58 países desenvolvidos. Entre as queixas comuns feitas por empresários sobre o país estão a burocracia e corrupção endêmica.

Os investidores --atualmente preocupados com a possibilidade da Grécia ser obrigada a reestruturar a sua dívida no futuro, apesar das duras medidas do plano de austeridade--, se convencerão com o tempo da credibilidade do país, à medida que forem melhorando a confiança dos empresários e a competitividade, afirmou.

"A Grécia não terá problemas para financiar a sua dívida. É um sócio de confiança", acrescentou.

Em troca de ajuda internacional, o país deve reduzir nos próximos três anos seu deficit público, que no ano passado chegou a 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto). O objetivo é de que Atenas reduza seu deficit para menos de 3% do PIB até 2013.

O Ministério das Finanças grego calcula que a economia deve se contrair 4% em 2010. Uma recuperação econômica é esperada a partir de 2012, com crescimento de 1,1%.

A Grécia tem uma dívida pública de 115% do PIB, que representa 273 bilhões de euros, que segundo o governo deverá atingir 149% do PIB até 2013, antes de começar a recuar.