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27/07/2010 - 13h51

Bancos oferecem empréstimo maior à Telefónica para oferta pela Vivo

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DA REUTERS, EM LONDRES

O empréstimo de 8 bilhões de euros (US$ 10,3 bilhões) pretendido pela espanhola Telefónica teve oferta por bancos acima desse valor, com instituições financeiras se comprometendo a colocar de 9 bilhões a 10 bilhões de euros, afirmaram banqueiros nesta terça-feira.

Como resultado, os compromissos individuais dos bancos serão reduzidos, afirmaram as fontes.

O empréstimo, que está sendo coordenado pelo Citigroup, tem relação com a negociação da Telefónica para comprar a participação da Portugal Telecom na operadora móvel brasileira Vivo. Os grupos espanhol e português dividem o controle da Vivo por meio da joint-venture Brasilcel.

Além disso, segundo banqueiros, o empréstimo sindicalizado de 8 bilhões de euros será usado para refinanciar dívidas existentes da Telefónica.

Os trabalhos para obtenção do empréstimo continuaram mesmo apesar de a Telefónica ter retirado sua oferta de 7,15 bilhões de euros pela Vivo no último dia 16, dias após o governo português ter usado sua "golden share" na Portugal Telecom para vetar o negócio.

Apesar do impasse, que pode deixar o negócio na esfera judicial após o Tribunal Europeu de Justiça estabelecer que o uso da "golden share" viola as regras da União Europeia, banqueiros disseram que a Telefónica deve continuar a lutar pela Vivo.

O financiamento é dividido em um empréstimo de 5 bilhões de euros com vencimento em três anos e um de 3 bilhões de euros com prazo de cinco anos, segundo banqueiros. Os termos do empréstimo incluem uma opção de extensão de um ano, segundo uma das fontes.

Procurada, a Telefónica não tinha representantes imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

*ENTENDA O CASO *

A Telefónica da Espanha divide o controle da Brasilcel, dona da brasileira Vivo, com a Portugal Telecom. Em maio, a espanhola (que também detém participação na PT) fez uma proposta de 5,7 bilhões de euros pelos 30% da parte que a PT detém na Brasilcel. A portuguesa não quis vender sua participação e a Telefónica pressionou o mercado aumentando duas vezes a proposta até chegar em 7,15 bilhões de euro na véspera da assembleia da PT, ocorrida no dia 30 de junho.

Nesta assembleia, a comissão de valores de Lisboa vetou que os acionistas da Telefónica votassem, por serem acionistas na PT, devido ao conflito de interesses envolvido na questão. Mesmo sem a participação da espanhola na assembleia, a maioria dos acionistas concordou com a venda do percentual da Vivo à Telefónica.

Após essa decisão, o governo de Portugal utilizou suas 500 ações golden share (com poder de veto em negociações estratégicas) para impedir a venda.
Desde então, a CE (Comissão Europeia) e os mercados espanhol e português vêm discutindo a legitimidade da atitude do governo português, que segundo a CE, contraria os aspectos democráticos das negociações.

No dia 16 de junho, houve uma segunda assembleia com acionistas da PT, que terminou sem solução. No sábado (17), a Telefónica retirou a oferta de compra das ações, mesmo com o Tribunal de Justiça da UE (União Europeia) declarar ilegal o uso da golden share pelo Estado português.

 

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