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Ex-presidente do BC dos EUA teme crise da dívida no país em dois anos
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DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON
O ex-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Alan Greenspan, teme uma crise da dívida se a classe política não agir rapidamente para reduzir o endividamento do país, em uma entrevista publicada neste sábado pelo "The Wall Street Journal".
"A probabilidade de que passemos os próximos dois ou três anos sem problemas no mercado de bônus e sem inflação situa-se provavelmente acima de 50%, mas não por muito tempo", disse Greenspan durante a entrevista realizada na sexta-feira.
Greenspan, que dirigiu o Fed por quase 20 anos até 2006, estimou que o Congresso terminará por aprovar o orçamento levando em conta uma série de propostas apresentadas em dezembro por uma comissão a pedido da Casa Branca.
"Acredito que o orçamento que foi proposto por Alan Simpson e Erskine Bowles é o tipo de orçamento que o Congresso aprovará", afirmou.
"A única pergunta é se será antes ou depois de uma crise no mercado de bônus", acrescentou.
A Comissão Nacional para a Responsabilidade Fiscal e Reforma Orçamentária, liderada pelo ex-senador republicano Alan Simpson, de Wyoming, e pelo democrata Erskine Bowles, ex-chefe de gabinete de Bill Clinton, inclui legisladores de ambos os partidos e economistas.
A entidade já recomentou algumas medidas muito polêmicas, sobretudo para a esquerda, como os cortes no orçamento da Segurança Social e em programas de seguro saúde federais, assim como a eliminação de 200 mil empregos no setor público.
O plano da comissão recomenda um aumento de US$ 0,15 por galão (3,78 litros) de um imposto à gasolina. Também propõe eliminar os benefícios fiscais para as empresas e impor um teto aos gastos militares, medidas que podem irritar a direita.
A comissão aponta um deficit de 2,3% do PIB em 2015, contra 8,9% para o ano fiscal 2010, que terminou no fim de setembro. Acredita que suas propostas podem reduzir a dívida a 40% do PIB americano em 2035, contra os 90% atuais.
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, solicitou na quinta-feira ao Congresso que eleve o teto da dívida pública, dando o sinal para o início de uma nova batalha política sobre o enorme deficit fiscal do país.
O Congresso havia projetado o teto da dívida em US$ 14,29 bilhões em fevereiro de 2010. Atualmente, a dívida encontra-se em US$ 13,95 bilhões, podendo chegar ao limite atual "tão rápido quanto dia 31 de março", segundo Geithner.
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