Ministro venezuelano assegura participação da PDVSA em Abreu e Lima

O ministro da Energia venezuelano, Rafael Ramírez, assegurou nesta quinta-feira que a petrolífera estatal PDVSA cumprirá o pagamento da parcela de US$ 2,5 bilhões e participará da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, junto à Petrobras.

"Nós vamos entrar com a metade do empréstimo de US$ 5 bilhões fornecido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à Petrobras", assinalou o ministro, também presidente da PDVSA, durante uma visita à zona petrolífera da Faixa do Orinoco.

O ministro lembrou que durante sua visita ao Brasil, em junho, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, abordou o tema com a líder brasileira, Dilma Rousseff, e insistiu que há acordo entre as empresas.

Ramírez, porém, não revelou a data em que a PDVSA fará o pagamento e explicou que a petrolífera venezuelana teve de falar com "um pool" (grupo) de bancos brasileiros e internacionais para obter a garantia com a qual fará frente ao pagamento.

"Não estamos fazendo armadilhas para a Petrobras nem queremos esperar o final (do prazo fixado, em agosto) para pagar", acrescentou.

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, reiterou na segunda-feira que a PDVSA tem prazo até agosto para definir se prosseguirá ou não no projeto.

Costa lembrou que a Petrobras executou apenas 35% das obras da refinaria, que é construída com um empréstimo de R$ 10 bilhões do BNDES.

A Petrobras informou ainda que incluiu os recursos necessários para terminar a refinaria binacional caso a PDVSA desista do projeto.

Os governos de Brasil e Venezuela acordaram construir a refinaria conjunta em 2005, mas em 2007 a empresa brasileira decidiu iniciar a construção sozinha porque a PDVSA adiara os pagamentos comprometidos.