Desemprego sobe na Alemanha pela primeira vez em dois anos

A crise da dívida da Europa começou a afetar o mercado de trabalho da economia mais forte da região. Pela primeira vez desde o começo de 2010, o desemprego cresceu na Alemanha.

Segundo dados do Escritório Federal de Trabalho alemão, o desemprego subiu de 6,9% em setembro para 7% em outubro, na série livre de fatores sazonais.

A expectativa do mercado era de que cerca de 10 mil alemães seriam contratados no mês passado, mas o resultado mostrou que no balanço entre contratações e demissões, o saldo foi de 10 mil postos de trabalho fechados.

Especialistas avaliam que o primeiro aumento do desemprego alemão em quase dois anos indica que os negócios estão sendo afetados pelo clima de incertezas política e financeira na zona do euro.

"A ameaça de futuros pacotes de resgate a bancos ou outros países periféricos da zona do euro fazem com que o consumidor alemão fique cauteloso e prefira poupar do que consumir", explica a economista da consultoria Capital Economics, JenniferMcKeown, à Reuters.

Os dados de desemprego na Alemanha são compatíveis com a contração da indústria do país no mês passado, também pela primeira vez em mais de dois anos. Pesquisa sobre as expectativas das empresas mostra, ainda, que o pessimismo é o pior desde meados de 2010.

ITÁLIA

A Itália, que atrai atenção do mercado como possível próximo alvo da crise da dívida, segue pagando juros elevados por causa do risco de seus títulos. Apesar da intervenção do Banco Central Europeu (BCE), o retorno sobre os papéis 10 anos da dívida italiana se manteve nesta quarta-feira em 6,19%.

Operadores de mercado estimam que o BCE comprou € 2 bilhões em títulos italianos ontem e € 5 bilhões na terça-feira para tentar reduzir os juros.