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21/11/2011 - 11h40

Ai Weiwei inspira protestos maciços de nudez na internet

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Depois de fazerem doações ao dissidente chinês Ai Weiwei atirando dinheiro para dentro de sua casa, apoiadores do artista dissidente começaram a se manifestar a seu favor através de postagens maciças de nudez na internet.

As ações vêm em resposta ao início de investigações por parte das autoridades da China sobre acusações de que Ai teria ajudado a divulgar pornografia on-line. As novas suspeitas recaíram sobre o dissidente após semanas de campanha contra uma multa milionária que o regime quer que ele pague.

Dezenas de pessoas divulgaram fotografias delas mesmas sem roupas em um site chamado, em tradução livre, "Nudez dos fãs de Ai Wei -- Ouça, governo chinês: nudez não é pornografia". Tal forma de protesto é rara na China, uma vez que a nudez pública é considerada um tabu.

As publicações começaram após o artista divulgar que a polícia chinesa convocado o cinegrafista Zhao Zhao, um de seus assistentes, para interrogatórios na quinta-feira (17). Ele foi questionado sobre fotos artísticas que tirou de Ai e quatro mulheres, nas quais todos apareciam pelados. A obra foi intitulada "Um tigre, oito seios", em tradução livre.

Ai Weiwei/France Presse
Fotografia mostra Ai Weiwei sem roupa com quatro mulheres; China investiga artista por pornografia
Fotografia mostra Ai Weiwei sem roupa com quatro mulheres; China investiga artista por pornografia

Apoiadores do dissidente afirmam que as investigações sobre as fotografias de nudez representam um novo esforço das autoridades chinesas para intimidar um de seus críticos mais ferrenhos. Wen Yunchao, um dos participantes do protesto, disse acreditar que a ação é a nova força de perseguição contra o artista.

"Esse assunto está deixando muita gente indignada porque a interpretação dos corpos nus por si só é uma forma de expressão da liberdade individual e criativa", defendeu. "Além disso, não vemos elementos pornográficos nas imagens, então usamos esse método extremo de nos expressar".

As investigações parecem reacender uma acusação levantada contra o dissidente quando ele foi detido em abril. Havia relatos de que ele era investigado por evasão fiscal, bigamia e divulgação de pornografia on-line.

"Se eles entendem nudez como pornografia, então a China ainda está na dinastia Qing (1644-1911)", disse Ai. As autoridades chinesas não se manifestaram sobre o assunto.

Zhao contou que policiais lhe disseram que procurariam acusações contra ele por conta das imagens caso elas fossem amplamente divulgadas por considera-las obscenas. Ele afirmou acreditar que as investigações fazem parte da empreitada chinesa em difamar Ai e calar suas críticas ao regime.

Andy Wong/Associated Press
Artista dissidente chinês Ai Weiwei chega a escritório para pagar garantia contra multa fiscal
Artista dissidente chinês Ai Weiwei chega a escritório para pagar garantia contra multa fiscal

Ai Weiwei, 54, e famoso por seu trabalho "Ninho de Pássaro", no Estádio Olímpico de Pequim, ficou preso sem acusação formal durante 81 dias este ano, medida que provocou críticas de governos ocidentais. Ele foi libertado em junho, após firmar um acordo --que já desrespeitou desde então-- de que pararia com as críticas.

Nas últimas semanas, as autoridades chinesas estão cobrando dele uma quantia de 15 milhões de yuans (US$ 2,4 milhões) por suposta evasão fiscal. Ai teve que pagar quase metade desse valor como garantia para poder recorrer da multa.

Simpatizantes vêm fazendo doações ao dissidente. Na segunda-feira, uma voluntária da campanha de arrecadação, Liu Yanping, informou que receberam US$ 1,04 milhão para ajudar a pagar a multa que vence em 15 de novembro.

Ao todo, 24.130 pessoas enviaram quantias, tanto pelo Alipay, um sistema de pagamento on-line, quanto pelo cartão bancário, segundo Liu.

 

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