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Talebans dizem que EUA fugirão do Afeganistão como soviéticos
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DA EFE, EM CABUL
O movimento fundamentalista Taleban declarou nesta segunda-feira que os Estados Unidos e seus aliados da Otan, a aliança militar do Ocidente, fugirão do Afeganistão assim como fez a União Soviética, e advertiu que este não é um país no qual os invasores possam sobreviver.
Em mensagem divulgada por ocasião do 32º aniversário da invasão soviética, que no calendário ocidental é na terça-feira, os talebans destacaram que "os invasores atuais já têm a intenção de se retirar do Afeganistão para salvar sua pele mediante a fuga".
"Se for observada a sequência dos eventos, fica claro como água que o Afeganistão não é um país no qual os invasores podem sobreviver ou se instalar", afirmaram os fundamentalistas.
O movimento taleban denunciou que "três décadas depois da invasão do Exército Vermelho, os afegãos continuam sofrendo as consequências do pós-guerra" e defendeu a luta contra as forças da Otan presentes no território.
A resistência afegã à URSS nos anos 1980 era formada por diversas facções que receberam apoio econômico e logístico dos EUA, Paquistão e Arábia Saudita. Em 1989, após quase uma década de ocupação e milhares de soldados mortos, os soviéticos se retiraram e começou no país uma guerra civil.
No meio da disputa emergiram os talebans, que em 1996 tomaram Cabul e depois implantaram gradualmente seu regime fundamentalista em quase todo o território afegão.
Depois dos atentados de 11 de setembro perpetrados pela rede terrorista Al Qaeda, os talebans se negaram a entregar Osama bin Laden --morto em maio desse ano no Paquistão--, que se escondia em seu território, e os EUA decidiram invadir o Afeganistão.
As tropas americanas derrubaram rapidamente ao regime do mulá Omar, mas, na última década, os talebans foram recuperando terreno e a guerra afegã está atualmente em um de seus momentos mais violentos desde seu início, em 2001.
Em julho, as forças da Otan também começaram a se retirar progressivamente do Afeganistão e a transferir o controle da segurança ao Exército e à polícia afegãos. Este processo deve terminar em 2014, caso se cumprem os prazos previstos.
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