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26/12/2011 - 13h12

Líderes nigerianos são criticados depois de ataques a igrejas

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DA REUTERS
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Nigéria tem falta de líderes competentes para tratar de seus problemas de segurança, disse um ex-governante militar nesta segunda-feira, após os ataques a bomba no dia de Natal contra igrejas, lançados por militantes islâmicos, que deixaram ao menos 40 mortos.

Muhammadu Buhari, um nortista que perdeu a última eleição presidencial, em abril, para o presidente Goodluck Jonathan, disse em um comunicado publicado em um jornal nigeriano que a resposta do governo às bombas foi lenta e indiferente.

Ataques a bomba contra igrejas durante as celebrações de Natal mataram pelo menos 40 pessoas na Nigéria. A seita islamita Boko Haram reivindicou a autoria dos atentados, que consistiram em cinco explosões pelo país.

"Como é possível que o Vaticano e as autoridades britânicas tenham falado sobre os ataques dentro da Nigéria que provocaram as mortes de nossos cidadãos antes mesmo do governo nigeriano?", questionou Buhari no comunicado.

"Essa é uma falha clara de liderança, em um momento em que o governo precisa dar ao povo prova de sua capacidade de garantir a segurança de vidas e propriedades", defendeu, acrescentando que o governo precisava fazer mais do que gastar mais em segurança para lidar com o problema.

Jonathan, um cristão do sul que vem tentando conter a ameaça da militância islâmica, descreveu os ataques como "infelizes", mas disse que a Boko Haram não "estará aqui para sempre". "Vai acabar um dia", afirmou.

Associated Press
Destroços perto de igreja católica de Santa Theresa, em Madalla, na Nigéria
Destroços perto de igreja católica de Santa Theresa, em Madalla, na Nigéria

Nesta segunda-feira, Bento 16 condenou os ataques como um "gesto absurdo" e orou para que "as mãos dos violentos sejam paradas". O papa, falando de sua janela acima da Praça de São Pedro, em Roma, disse que tal violência trazia apenas dor, destruição e morte.

ATAQUES

O porta-voz da Nema (sigla em inglês para Agência de Gerenciamento de Emergências Nacional, em tradução livre), Yushau Shuaib, e o porta-voz da polícia local, Richard Oguche, afirmaram que a primeira explosão aconteceu na igreja de Saint Theresa, na cidade de Madalla, próxima à capital, Abuja.

Pouco tempo depois, uma segunda explosão foi relatada perto de uma igreja na cidade central de Jos. Mais três novas explosões foram registradas no nordeste da Nigéria: duas na cidade de Damaturu e uma terceira, no sábado à noite, contra uma igreja em Gadaka, segundo testemunhas.

Os ataques do Natal apontam o crescimento da ambição nacional da seita islâmica, que é responsável por ao menos 491 mortes em 2011, de acordo com um levantamento feito pela agência de notícias Associated Press.

O Boko Haram, cujo nome significa "a educação não islâmica é um pecado", luta para impor a Lei Islâmica (Sharia) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e cristã no sul. O grupo, que já admitiu vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, assumiu a autoria de vários ataques recentes no norte do país.

Os ataques, que aconteceram alguns dias depois de confrontos entre as forças de segurança e a Boko Haram, que mataram pelo menos 68 pessoas, deram provas de uma coordenação crescente e de estratégia do grupo, o que pode fazer soar o alarme na Nigéria e nas capitais ocidentais.

 

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