Bolívia ameaça medidas caso senador receba salvo-conduto

O procurador-geral da Bolívia, Mario Uribe, advertiu nesta quarta-feira que tomará providências legais contra a autoridade que conceder salvo-conduto ao senador de oposição Roger Pinto, que obteve asilo político no Brasil e permanece esperando um visto na embaixada brasileira de La Paz.

Essa posição coincide com as declarações da ministra das Comunicações da Bolívia, Amanda Dávila, que afirmou que o salvo-conduto não pode ser dado a Pinto porque ele não é "um perseguido político, mas sim enfrenta julgamentos por delitos comuns".

Gaston Brito 16.abr.2010/Reuters

O senador de oposição Roger Pinto, em foto de 2010, que pediu asilo político na embaixada brasileira de La Paz

Pinto, 52, responde a 20 processos judiciais, alguns por desacato e outros por má administração de quando era governador de Pando.

Congressista do partido de direita Convergencia Nacional pelo departamento de Pando (norte da Bolívia), Pinto entrou na delegação diplomática brasileira no dia 29 de maio, denunciando perseguição política. Brasília concedeu asilo quase uma semana depois.

"Como o Brasil não retrocederá e a Bolívia obedecerá a normativa internacional (...), a única possibilidade que resta é que o senhor Roger Pinto saia da embaixada (do Brasil) por vontade própria e assuma sua defesa nos tribunais", propôs Dávila.

O polêmico senador de direita alega que é perseguido por ter feito denúncias de corrupção contra o atual governador de Pando, além de ter entregue informes ao presidente Evo Morales sobre supostas ligações de autoridades com o narcotráfico.