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28/08/2012 - 21h23

Segunda maior guerrilha da Colômbia também pede negociação

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DA EFE, EM BOGOTÁ

A segunda maior guerrilha colombiana, o Exército de Libertação Nacional (ELN), ratificou nesta terça-feira sua intenção de buscar um diálogo "sério" com o governo do país, um dia depois que este anunciou que mantém contatos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O Comando do ELN publicou cinco artigos em seu site sobre a realidade do país e em um deles manifestou sua intenção de chegar a um final negociado do conflito, sem fazer alusão ao processo de aproximação entre o governo e as Farc.

Quando o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou os contatos com as Farc, aproveitou para estender ao ELN um convite ao diálogo sob os mesmos "princípios" e assim fazer parte "deste esforço para terminar o conflito".

O processo ideal para o ELN, segundo seu artigo, é baseado na confiança que realmente aborde "as causas do conflito armado e social, onde se disponha a erguer as bases sobre as quais construir a paz real, estável e duradoura".

PRESIDENTE SANTOS

Santos, que teve uma intensa agenda pública nesta terça-feira, só falou sobre este processo em um de seus atos e com jornalistas, a quem manifestou sua convicção que o objetivo da paz será alcançado "com prudência, com cautela e com decisão".

"Nossas gerações não viveram um só dia de paz, quero que as novas gerações vejam e gozem um país em paz", comentou.

Por enquanto não se conhecem oficialmente as bases nas quais se cimenta o projeto do governo de Santos com as Farc, já que o presidente se limitou a confirmar a existência de um contato incipiente e a prometer que revelaria os resultados dessa aproximação nos próximos dias.

Porém, a emissora de rádio "RCN" afirmou hoje sem citar fontes que na agenda está previsto que se fale de direitos humanos, política mineradora e agrária, cessação de hostilidades, entrega de armas, narcotráfico e situação legal dos guerrilheiros após o processo.

REPERCUSSÃO

Durante o dia se multiplicaram as reações tanto na Colômbia como no exterior, por parte de governos, entidades multilaterais e organizações não-governamentais.

Tanto os Estados Unidos como a União Europeia manifestaram sua satisfação pelo acordo assinado pelas partes, aparentemente em Havana segundo informou o canal venezuelano "Telesur" na segunda-feira, enquanto o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, ofereceu sua ajuda no processo.

O coletivo Colombianos e Colombianas pela Paz, a ONG da ex-senadora Piedad Córdoba, que participou como mediadora com as Farc em várias libertações de reféns, celebrou a iniciativa, mas insistiu na necessidade de solucionar o conflito armado pela raiz.

Enquanto isso, o Executivo colombiano e o Congresso já começaram a reunir-se para tratar os projetos de lei que dentro do Marco Jurídico para a Paz regulariam uma eventual negociação, como as condições jurídicas dos guerrilheiros, sua possível participação posterior na política e a reparação às vítimas.

GUERRILHAS

A luta armada das Farc e do ELN começou quase ao mesmo tempo, em meados da década de 1970, e enquanto a primeira conta com 8.500 membros, a segunda tem 1.500, segundo números oficiais.

O ELN já manteve conversas com governos anteriores, em Cuba principalmente, mas sem resultados efetivos. A última tentativa fracassou em 2007.

O governo tentou em várias ocasiões chegar a um acordo de paz com as Farc, como o processo antecipado pela Administração de Andrés Pastrana (1998-2002), que desmilitarizou os municípios de Planaltos, Vistahermosa, La Macarena e Uribe, no departamento de Meta, e San Vicente del Caguán, no departamento de Caquetá para os diálogos que, no fim, também fracassaram.

 

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