Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/09/2012 - 21h10

Países islâmicos continuam protestos contra filme ofensivo a Maomé

Publicidade

DA EFE

Os protestos contra um ofensivo vídeo sobre a vida do profeta Maomé voltaram a acontecer nesta segunda-feira em vários países do mundo islâmico, quase uma semana depois das manifestações violentas no Egito, Líbia e Iêmen.

Os incidentes mais graves aconteceram no Afeganistão e no Paquistão. Neste país, pelo menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em um tiroteio na cidade de Warai, no noroeste do país.

Karachi --a capital econômica do Paquistão-- voltou a ser cenário de protestos violentos, como o incêndio de quatro viaturas da polícia, um ônibus e um posto de gasolina na região de Numaish Churangui, no início da noite.

Arif Ali/France Presse
Paquistaneses incendeiam bandeira americana durante protesto contra filme anti-islã, que ofende o profeta Maomé
Paquistaneses incendeiam bandeira americana durante protesto contra filme anti-islã, que ofende o profeta Maomé

As manifestações em Cabul também foram intensas, já que milhares de muçulmanos saíram às ruas para protestar contra os Estados Unidos e para denunciar o que consideram uma cruzada ocidental contra o Islã.

Segundo explicou o chefe da polícia afegã, Mohamad Ayub Salangui, cerca de 500 agentes ficaram feridos quando um grupo de manifestantes disparou contra as forças de ordem na rodovia que conduz à cidade de Jalalabad.

Omar Sobhani/Reuters
Policiais correm em direção aos manifestantes que protestavam contra filme anti-islã em Cabul, no Afeganistão
Policiais correm em direção aos manifestantes que protestavam contra filme anti-islã em Cabul, no Afeganistão

Na Indonésia, agentes antidistúrbios dispersaram com canhões de água e gás lacrimogêneo centenas de pessoas concentradas em frente à embaixada dos EUA em Jacarta, depois que duas grandes organizações radicais se juntaram aos protestos.

De acordo com a televisão estatal, pelo menos um agente ficou ferido após ser atingido por uma pedra e outros objetos lançados pelos manifestantes.

Mast Irham/Efe
Manifestantes seguram bandeira americana em chamas, durante protesto contra filme anti-islã em Jacarta, Indonésia
Manifestantes seguram bandeira americana em chamas, durante protesto contra filme anti-islã em Jacarta, Indonésia

Na Índia, o grupo separatista muçulmano Khawateen Markaz liderou a manifestação na cidade de Srinagar, na Caxemira, em um protesto no qual foi queimado um cartaz com a bandeira americana.

HIZBOLLAH

As manifestações no Líbano foram as mais pacíficas. O próprio xeque Hassan Nasrallah, líder do Hizbollah, saiu de surpresa de seu refúgio para se unir durante meia hora ao protesto que percorreu o bairro de Dahia aos gritos de "Morte aos EUA" e "Todos os nossos males vêm dos EUA".

O clérigo, considerado um dos líderes mais influentes do islamismo xiita, aproveitou sua aparição nas ruas para advertir Washington que, caso o filme seja integralmente divulgado, "haverá repercussões perigosas em todo o mundo".

Rodeado por um grupo de guarda-costas e celebrado por milhares de libaneses com bandeiras amarelas, Nasrallah insistiu que "nossa fúria não será passageira, é o nascimento de um movimento que deve continuar em toda a Umma (nação muçulmana)".

No Azerbaijão, pelo menos 30 pessoas foram detidas quando a polícia investiu contra um grupo de manifestantes que estava concentrado, sem a permissão das autoridades, em frente à embaixada americana em Baku.

CONTENÇÃO

Enquanto cresce a ira no mundo muçulmano, os líderes ocidentais tentam conter uma maré de indignação que deixou a todos alarmados.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta segunda-feira o seu desejo de que não seja exibido em seu país o vídeo anti-Islã e defendeu a necessidade de proteção das representações diplomáticas, que não devem reduzir suas atividades por conta das ameaças.

Sua recomendação foi ignorada pelo partido de extrema-direita
Pro Deutschland que, poucas horas depois, disse que exibiria o filme na íntegra (abaixo, o trailer) em Berlim, em novembro.

Entenda por que o filme sobre Maomé é ofensivo aos muçulmanos

Veja vídeo

No último sábado, o Google decidiu manter na internet o vídeo, apesar de uma solicitação da Casa Branca para retirá-lo do YouTube. A empresa bloqueou o acesso ao vídeo em países como a Índia, Indonésia, Líbia e Egito, por ordens judiciais e dos governos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, voltou a insistir que a segurança das representações diplomáticas é prioridade em comunicado aos embaixadores de seu país.

A prioridade do presidente "é trabalhar com sua equipe para obter mais informações" dos distúrbios e protestos contra alvos americanos em vários países árabes "e garantir que os diplomatas no exterior estejam a salvo", afirmou Jen Psaki, porta-voz da campanha pela reeleição do democrata.

Uma tarefa árdua, já que se uniram aos protestos nas ruas vozes como a do Irã, que exige que os países muçulmanos processem os responsáveis pelo filme.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página