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Suu Kyi chega aos EUA em viagem que pode ajudar a relaxar sanções a Mianmar
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DA EFE, EM WASHINGTON
A principal opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, 67, chegou nesta segunda-feira a Washington para iniciar uma longa viagem pelos Estados Unidos que pode incluir uma recepção na Casa Branca e, segundo analistas, também um relaxamento das sanções americanas ao país asiático.
A vencedora do prêmio Nobel da Paz aterrissou hoje em Washington para iniciar uma visita de 17 dias cuja agenda principal começará na terça-feira com uma reunião com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Segundo fontes de seu partido, ela também encontrará o presidente Barack Obama, embora a Casa Branca não tenha confirmado.
A enorme aprovação que sua figura desperta na sociedade americana levou inclusive a primeira-dama, Michelle Obama, a convidá-la a passar uma noite na Casa Branca, de acordo com o jornal "Los Angeles Times".
Esse convite poderia incluir um jantar com Barack Obama como anfitrião e os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton como convidados, além do presidente da Microsoft, Bill Gates.
Khin Maung Win/Associated Press | ||
A líder oposicionista Aung San Suu Kyi, 67, no parlamento de Mianmar, em julho deste ano |
LIBERTAÇÃO
Suu Kyi chega a Washington depois que o regime birmanês anunciou a libertação de 514 presos políticos, uma das condições que o governo dos EUA havia posto para suavizar as duras restrições impostas a Mianmar.
Espera-se que a opositora coloque em suas reuniões esse tema a pedido do presidente birmanês, Thein Sein, que participará por sua parte da Assembleia Geral da ONU na próxima semana e também quer reunir-se com Obama.
Na quarta-feira, Suu Kyi receberá a Medalha de Ouro do Congresso americano, a maior honra que os legisladores podem conceder a um civil, por "sua liderança e compromisso com os direitos humanos e por promover a liberdade, a paz e a democracia em Mianmar", segundo o presidente da Câmara baixa, o republicano John Boehner.
A líder da Liga Nacional pela Democracia sofreu uma prisão domiciliar durante mais de 15 anos e não ocupou uma cadeira por seu partido no Parlamento birmanês até julho deste ano, depois da dissolução da Junta Militar do país e que o ex-general Sein assumiu as rédeas de um governo civil.
Após entregar prêmios a outros cinco ativistas birmaneses no centro de estudos National Endowment for Democracy na quinta-feira, Suu Kyi viajará para Nova York para receber outro prêmio, o "Global Citizenship", outorgado pelo Conselho Atlântico.
ASSEMBLEIA DA ONU
Sua presença na Assembleia Geral da ONU não está confirmada, mas alguns meios americanos asseguram que ela discursará perante o plenário e assistirá a um encontro de alto nível organizado pelo secretário-geral, Ban Ki-moon, embora sem coincidir com Sein.
O presidente birmanês confia que Obama acabe com uma proibição às importações e algumas restrições a transações bancárias que seguem em vigor apesar do relaxamento progressivo das sanções e muitos analistas acham provável que Suu Kyi o respalde nesse objetivo.
Outros esperam que se enfoque em assuntos com os quais esteve "pouco comprometida", como a violência no estado Rakhine, onde distúrbios entre muçulmanos e budistas deixaram 88 mortos em junho.
"Palcos como o dos Estados Unidos e o da ONU seriam o fórum perfeito para tomar uma posição forte a favor dos direitos humanos nesse assunto", disse ao "Los Angeles Times" Benjamin Zawacki, um analista independente.
Após visitar Washington e Nova York, Suu Kyi viajará para Kentucky para dar um discurso na Universidade de Louisville, e depois a Fort Wayne (Indiana), uma das localidades com maior população birmanesa nos EUA, onde falará em birmanês em um discurso no Memorial Coliseum.
Suu Kyi viajará também a Los Angeles e San Francisco, onde fechará sua terceira visita ao exterior desde sua eleição ao Parlamento, após a que fez em maio à Tailândia e sua viagem europeia em junho por Suíça, Noruega, Reino Unido, Irlanda e França.
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