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06/10/2012 - 16h46

Após prisão, blogueira cubana diz que seu objetivo é "trabalhar e trabalhar"

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DA EFE, EM HAVANA

A blogueira cubana Yoani Sánchez disse neste sábado à agência Efe que, após ser detida por cerca de 30 horas, sua determinação é "trabalhar e trabalhar" como jornalista, e agradeceu a "solidariedade incrível" que recebeu de muitas pessoas na ilha e no mundo, o que ela define como uma "surpresa muito linda".

Sánchez comentou neste sábado por telefone que "não parou de trabalhar" desde que retornou ontem à noite a sua casa em Havana após sua prisão, que considerou a de "maior duração, alcance e peso" que sofreu.

Ao relatar o episódio, a ativista detalhou que ela e os jornalistas independentes Reinaldo Escobar, seu marido, e Agustín López, foram detidos na cidade de Bayamo, aonde iam com "um empenho jornalístico" presenciar o julgamento do espanhol Ángel Carromero que aconteceu no local.

"Neste caso estava bastante otimista de que nos deixariam entrar no julgamento porque achava que o governo tinha interesse que fossem bastantes pessoas e tinha acreditado no que o 'Granma' (jornal oficial) disse, que (o julgamento) seria oral e público", disse.

No entanto, reconhece que "a variável da prisão sempre esteve presente" embora "tenha acontecido no momento em que menos esperávamos" durante uma viagem que, segundo ela, "não era clandestina".

"Foi um efetivo policial enorme o que enviaram à entrada de Bayamo (750 quilômetros ao leste de Havana) para nos deter", e acrescentou que um oficial da polícia lhe disse que ela queria "boicotar" o julgamento de Carromero.

A autora do blog "Geração Y" comentou que "é um grau muito maior de beligerância que me chama a atenção e sobretudo em uma semana que apresentei um processo (contra Cuba) perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por violação dos meus direitos".

A ativista cubana lembrou que suas prisões anteriores, ocorridas em novembro de 2009 e fevereiro de 2010, foram "por poucas horas e em postos policiais locais".

Yoani ainda explicou que durante o tempo que permaneceu em um departamento de instrução da polícia em Bayamo seu dinheiro foi roubado, esteve internada em uma "espécie de calabouço" e se negou a ingerir água e alimentos.

Além disso, resume que em sua volta a Havana "viemos em uma caravana que parecia que estavam transportando o equivalente de Pablo Escobar em Cuba".

Agora a blogueira diz que se recupera fisicamente porque tem sintomas de desidratação, mas que sua premissa fundamental é "continuar trabalhando" em sua carreira jornalística, que nesta ocasião lhe deu "uma surpresa muito linda" no Twitter pela "quantidade de pessoas que ficaram preocupadas comigo".

Yoani Sánchez é conhecida por sua postura crítica ao regime de Havana.

 

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