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25/10/2012 - 21h58

Sigilo marca preparativos finais para transição na cúpula do PC chinês

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DA REUTERS, EM PEQUIM

O ano de intrigas na política da China ainda deve resultar em mais surpresas. A poucas semanas do início do Congresso do Partido Comunista chinês, no próximo dia 8, as pautas seguem desconhecidas e negociadas em segredo. No evento deverá ser determinada a nova composição da próxima liderança chinesa, o que só ocorre uma vez por década.

Uma das coisas sobre as quais se tem mais certeza é que o vice-presidente Xi Jinping deve assumir o comando do partido, tornando-se presidente em março do ano que vem, na sessão anual do Parlamento.

Mas dezenas de cargos importantes continuam sendo disputados nos bastidores. Os três homens mais poderosos do país -o ex-presidente Jiang Zemin, o atual presidente, Hu Jinato, e Xi, o sucessor nomeado dele- tentam minimizar disputas entre facções, e fontes dizem que eles já definiram uma lista de candidatos preferidos para o Comitê Permanente do Politburo, principal órgão decisório do partido.

Especialistas em China dizem que o plano deles ainda pode dar errado. "Acho que teremos surpresas desta vez. A negociação é um processo complicado", disse Cheng Li, especialista em política chinesa do Instituto Brookings, nos EUA. "Quem está de fora não tem ideia. Provavelmente só temos 20% de noção do que está acontecendo. Haverá mudanças de última hora, possivelmente até no Comitê Permanente."

A lista de candidatos preparada por Jiang, Hu e Xi já contém pelo menos uma grande surpresa, com a omissão de Wang Yang.

Líder do partido na Província de Cantão, ele é visto por muitos no Ocidente como um partidário de reformas políticas, e era cotado para integrar o primeiro escalão.

Sua omissão, aliás, pode estar indiretamente vinculada ao fim da carreira política de outro ex-favorito, Bo Xilai, protagonista do maior escândalo político da China em duas décadas. Bo foi expulso do partido depois de ter a mulher condenada à morte por assassinar um empresário britânico. Mas ele continua sendo admirado na ala esquerdista do PC chinês, que deseja reduzir o ritmo das reformas de mercado.

Sinólogos suspeitam que Jiang, Hu e Xi não quiseram apoiar Wang porque isso seria visto como uma nova provocação à esquerda do partido. "Algumas pessoas dizem que ele é o Bo Xilai da direita, e que o partido está igualmente preocupado", disse Wang Zhengxu, pesquisadora da Escola de Estudos Chineses Contemporâneos da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.

 

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