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14/11/2012 - 17h21

Líder militar do Hamas morto por Israel costumava ficar nos bastidores

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PETER BEAUMONT
DO "GUARDIAN"

Ahmed al-Jaabari, comandante operacional das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, a ala militar do Hamas, costumava se manter nos bastidores.

Israel atribuía a ele a culpa pelo sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, em 2006, e Jaabari comprovou sua participação ao acompanhar Shalit ao local em que foi entregue aos israelenses, quando de sua libertação no ano passado.

Reuters
Ahmed Al-Jaabari, chefe militar das brigadas al Qassam, do Hamas, foi morto em Gaza nesta quarta
Ahmed Al-Jaabari, chefe militar das brigadas al Qassam, do Hamas, foi morto em Gaza nesta quarta

Jaabari também esteve pesadamente envolvido nas negociações entre Israel e o Hamas para a libertação do militar, mediadas pelo Egito e realizadas em território egípcio.

Jaabari, 52, foi morto na quarta-feira, em companhia de um colega não identificado, quando seu carro foi atingido por um míssil israelense. Os palestinos dizem que o ataque causou nove mortes, entre as quais as de uma menina de sete anos.

Vídeos gravados em Gaza mostram os restos calcinados de um carro, ainda emitindo chamas, enquanto equipes de emergência recolhem o que parece ser pedaços de corpos.

Nascida no bairro de Shujiya, na cidade de Gaza, em 1960, Jaabari era parte de uma conhecida família de ativistas e estudou História na Universidade Islâmica de Gaza.

Originalmente integrante da Fatah, de Yasser Arafat, ele foi encarcerado em 1982 e enquanto prisioneiro conheceu alguns dos fundadores do Hamas, entre os quais Abdel Aziz al-Rantissi, também morto em um ataque israelense.

Figura crucial do Hamas, tanto em termos políticos quanto militares, sua ascensão ao comando operacional aconteceu depois que Salah Shehadeh foi morto em um ataque aéreo israelense em 2002, e seu sucessor Mohamed Deif sofreu ferimentos graves.

Os elos entre Jaabari e a ala militar do grupo foram reforçados quando ele se casou com a filha de Shehadeh.

Jaabari ficou com o crédito pela violenta imposição do poderio do Hamas sobre os rivais da Fatah, em 2007, depois da vitória da ala política de sua organização nas eleições do ano anterior.

Conhecido como "o general" em Gaza, ele há muito estava na lista de alvos prioritários de Israel. Em 2004, um ataque aéreo que o tinha como alvo causou a morte do filho e de diversos parentes de Jaabari.

De acordo com alguns relatos, ele não usava celulares, por medo de ser rastreado pelas forças armadas ou pelo serviço de segurança israelense.

Jaabari vinha ganhando cada vez mais influência nas decisões políticas do Hamas desde a Operação Chumbo Fundido, o último ataque importante de Israel contra Gaza, quatro anos atrás, no qual os líderes militares do Hamas assumiram papéis de maior destaque.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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