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26/11/2012 - 06h00

Partidos pró-Estado catalão têm maioria tímida em eleições regionais

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CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

O grito pela independência da Catalunha até que saiu das urnas de ontem, mas tão fraco que tende a dinamitar a pretensão de Artur Mas, atual presidente catalão, de convocar um referendo pela independência durante o próximo período de governo, em tese de quatro anos.

O próprio Mas admitiu, ao final da apuração, que seu partido, CiU (Convergència i Unió), não tem condições, sozinho, de liderar nem o governo nem o processo que eventualmente conduza a uma consulta pela independência.

Os dois principais grupos pró-independência -CiU e ERC (Esquerra Republicana de Catalunya- fizeram 71 deputados, apurados 95% dos votos, apenas três a mais que a maioria absoluta dos 135 representantes ao Parlamento.

Mas não é uma aritmética que combine necessariamente com o jogo político. Primeiro, Mas convocara o pleito de ontem antecipadamente (deveria ser em 2014) com o pedido expresso de "maioria excepcional" exatamente para poder trabalhar o referendo.

"É evidente que não a obtivemos", disse ele, reconhecendo o óbvio: a CiU caiu de 62 para 50 parlamentares.

Para poder continuar governando, terá que negociar com a ERC (21 parlamentares) e com o outro grupo pró-independência que elegeu representantes (CUP -Candidatura d' Unitat Popular), com três.

Acontece que esses dois grupos só coincidem com a CiU no desejo de independência. No mais, são críticos ferozes da política de austeridade que Mas adotou na Catalunha e que o governo central impôs em toda a Espanha.

Como o pleito de ontem não era formalmente sobre a independência mas para formar um novo governo, a situação se complicou para Mas.

O pedido para uma maioria excepcional acabou beneficiando a ERC, que pulou de 10 para 21 parlamentares -evidente sinal de que o sentimento pró-independência é forte.

Mas menos forte do que há dois anos: todos os grupos ditos soberanistas elegeram 74 representantes contra 76 em 2010 e longe dos 81 de 1992.

Os partidos nacionais contrários à independência acabaram tendo uma votação superior à que as pesquisas lhes davam: o Partido Socialista ficou com 20 deputados (tinha 28), enquanto o Partido Popular, que governa a Espanha, conseguiu 19, um a mais.

Somando-se a votação de Ciutadan's, também anti-independência, com nove, dá 51.

Não entram na conta os votos da Iniciativa per Catalunya-Verdes (13 parlmentares) nem os da Candidatura d'Unitat Popular (3), porque são votos de esquerda pura, que pouco ou nada têm a ver com o debate em torno da independência, embora a CUP a tenha respaldado firmemente, ao contrário da ICV.

 

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