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06/12/2012 - 17h43

Nobel de Literatura se abstém de pedir soltura de colega

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DA REUTERS, EM ESTOCOLMO

O escritor chinês Mo Yan, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2012, não quis nesta quinta-feira fazer um apelo direto pela libertação do compatriota Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz em 2010, e disse que não apoiaria uma petição pela liberdade dele.

Um grupo de 134 laureados com o Nobel, incluindo o Dalai Lama, escreveu ao próximo líder do Partido Comunista chinês e também ao presidente eleito da China, Xi Jinping, pedindo que ele libertasse Liu e a mulher dele.

O caso de Liu chamou a atenção para a situação dos direitos humanos na China, embora o governo chinês diga que Liu é um criminoso e qualifique esse tipo de crítica como interferência indevida em seus assuntos internos. Mo, cujo nome adotado literariamente, Mo Yan, significa "não falo", se recusou a manifestar apoio a Liu.

AFP
O novo Nobel de Literatura, Mo Yan, num programa de TV chinês em 2010
O novo Nobel de Literatura, Mo Yan, num programa de TV chinês em 2010

"Já dei minha opinião sobre esse assunto. Eu disse que este prêmio é de literatura. Não é de política", declarou o escritor em entrevista à imprensa em Estocolmo, dias antes da cerimônia de entrega.

Em outubro, depois do anúncio da premiação, Mo disse esperar que Liu obtivesse sua libertação o mais rápido possível. "Tenho certeza que vocês sabem o que eu disse naquele dia. Por que querem repetir isso?", indagou. Diante da insistência sobre se iria apoiar o pedido dos outros premiados, Mo respondeu que sempre tinha sido "independente". "Quando sou forçado a expressar minha opinião, não faço", afirmou.

Dissidentes e outros escritores dizem que Mo não merecia a premiação já que se esquivou de comentar sobre a situação de Liu. Eles também o criticam por ter festejado discurso do ex-líder supremo chinês Mao Tse-tung.

Ganhador do Nobel em 2010, Liu é um veterano dissidente envolvido nos protestos pró-democracia em 1989, esmagados pelo Exército chinês. Ele havia sido preso um ano antes da premiação e está cumprindo pena de 11 anos de prisão. Sua mulher, Liu Xia, está sob prisão domiciliar.

Mo é mais conhecido no Ocidente por "O Sorgo Vermelho", que retrata as dificuldades enfrentadas pelos camponeses nos primeiros anos do regime comunista, transformado em filme de mesmo nome dirigido pelo cineasta chinês Zhang Yimou.

 

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