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06/12/2012 - 18h27

Presidente de Israel diz que tentou dissuadir Abbas de recorrer à ONU

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HAZEL WARD
DA AFP, EM JERUSALÉM

O líder palestino Mahmoud Abbas continua sendo um "sócio sério para a paz", apesar do reconhecimento da Palestina como Estado observador não membro das Nações Unidas, em 29 de novembro, disse o presidente israelense, Shimon Peres. "Tentei dissuadi-lo de recorrer [à ONU]. Mas acredito que continua sendo um sócio sério para a paz, é um homem sério e eu o respeito", disse Peres.

O presidente israelense, que aos 89 anos é um dos últimos fundadores de Israel ainda vivos, reconheceu que Abbas demonstrou coragem ao desafiar a oposição de Israel e dos EUA para recorrer à ONU. Também mostrou essa coragem "ao se posicionar energicamente contra o terrorismo e a favor da paz", reconheceu Peres, prêmio Nobel da Paz.

Peres contou ter dito a Abbas "Espere, por que ir tão depressa?". "Mas ele se sentiu abandonado por nós, pelos EUA, pela Europa e pelo resto do mundo, e queria fazer algo", disse o presidente israelense, que está linha de frente da política de seu país há mais de meio século.

A Assembleia-Geral da ONU aprovou em 29 de novembro uma resolução apresentada por Abbas que concede à Palestina o status de Estado observador na ONU, uma vitória diplomática de peso, mas que expôs os palestinos a sanções israelenses.

Diante do que considerou um "ataque contra o sionismo, contra o Estado de Israel", o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além do bloqueio de 460 milhões de shekels em impostos que Israel tinha que transferir à ANP (Autoridade Nacional Palestina) em dezembro.

Peres falou da "crise de confiança" entre as partes e considerou que o Quarteto para o Oriente Médio (formado por EUA, Rússia, UE e ONU) "tem de voltar a ser um órgão de negociações", pois tem legitimidade para isso. "O Quarteto começou a fazer um bom trabalho, mas foi interrompido por diferentes motivos. Agora acredito que deve voltar", acrescentou.

"Acredito que encerramos um capítulo e que agora é preciso reabrir outro, o das negociações", pediu Peres, apesar de reconhecer que terá de esperar pelas eleições legislativas em Israel, de 22 de janeiro, em que a coalizão de direita de Netanyahu é favorita.

Oficialmente, as negociações de paz estão suspensas desde setembro de 2010, mas pararam em 2008. Para retomá-las, Mahmud Abbas pede o fim da colonização israelense e o reconhecimento das fronteiras de junho de 1967 como base para começar a negociar.

O chefe da Liga Árabe, Nabil al Arabi, pediu que a ideia de Quarteto Diplomático seja abandonada, por ser um sistema que, para ele, não está dando resultados para alcançar a paz. A Rússia também afirmou em novembro que o Quarteto já estava superado e pediu uma cooperação mais estreita com a Liga Árabe. O Quarteto para o Oriente Médio, cujo emissário é o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, foi criado em 2002.

 

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