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Político espanhol preso em Cuba cumprirá sentença em seu país natal
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Cuba confirmou nesta sexta (14) que entrou em acordo com a Espanha para que o político espanhol Ángel Carromero, condenado pela morte do dissidente cubano Oswaldo Payá em um acidente de trânsito, cumpra sua sentença de quatro anos em seu país natal.
A Espanha vinha tentando costurar um acordo de repatriação de Carromero desde o fim do julgamento. A informação foi divulgada pela vice-presidente espanhola, Soraya Saenz de Santamaría, que afirmou não poder confirmar, no entanto, quando deve ocorrer a transferência.
Carromero, 27, é líder da ala juvenil do direitista Partido Popular espanhol, do qual faz parte o atual premiê, Mariano Rajoy. Ele dirigia um carro alugado em Bayamo, em 22 de julho, quando perdeu o controle da direção e bateu contra uma árvore. Payá e outro dissidente cubano, Harold Cepero, 31, que estavam no banco de trás, morreram.
O outro passageiro do carro era o sueco Jens Aron Modig, que sofreu ferimentos leves e foi autorizado a sair da ilha em agosto.
Na versão oficial, as causas do acidente foram excesso de velocidade e erros de direção de Carromero. A defesa argumenta que a falta de sinalização e as condições da estrada, que estava em obras, provocaram a colisão.
Ismael Francisco/Associated Press |
Ángel Carromero (centro), em 5 de outubro, ao chegar no tribunal |
Dois filhos do dissidente questionaram a versão oficial e acusaram outro veículo de ter fechado o carro onde estava Payá, mas o ministério não informou nenhuma intervenção na colisão. Carromero e Modig também disseram que não havia um segundo carro.
JULGAMENTO
Carromero estava preso em Cuba desde que saiu do hospital, no início de agosto, e foi julgado em 5 de outubro pelo tribunal de Bayamo, na Província de Granma. A audiência reuniu grupos de dissidentes famosos, sendo que alguns deles foram presos, como a blogueira Yoani Sánchez e o ativista Guillermo Fariñas.
A pena foi menor que a pedida pela promotoria, que esperava uma condenação de sete anos, enquanto a defesa pediu a absolvição. A decisão ainda pode ser impugnada após recurso de cassação ante à Sala do Tribunal Supremo Popular.
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