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Venezuelanos protestam contra desabastecimento e desvalorização
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ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS
Com a imagem da marca mais popular de farinha de milho do país estampada em cartazes, manifestantes se reuniram na manhã deste sábado para protestar contra o desabastecimento nos supermercados e a decisão do governo de desvalorizar a moeda nacional em 46,5%.
A farinha de milho, que é base para alimentos típicos como a "arepa", é um dos principais produtos em falta nos mercados e se tornou o símbolo dos protestos contra o chamado "pacotão vermelho" do governo.
A manifestação, convocada pela coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática) --que inclui partidos como Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo--, reuniu cerca de 300 pessoas na praça Brión, em Chacaíto, ao lado do coração financeiro de Caracas.
Em meio aos integrantes dos partidos, munidos de bandeiras, o vigilante noturno Jesus Pinto, 62, se destacava com um cartaz com os dizeres: "No al paquetazo hambreador" (Não ao pacotão que causa fome, em espanhol).
"Com todo o dinheiro que tem esse país, não era preciso adotar essas medidas que vão contra o povo venezuelano", disse.
Isabel Fleck/Folhapress | ||
"Não ao pacotão que causa fome", afirma cartaz em protesto contra desabastecimento de supermercados, em Caracas |
No último dia 8, o governo anunciou que a taxa de câmbio oficial de 4,3 bolívares fortes por dólar passaria a 6,3. No paralelo, no entanto, o dólar é trocado por cerca de 20 bolívares. Segundo o governo, com a desvalorização, o salário mínimo, que antes equivalia a US$ 476,15, passou a valer US$ 325.
Para a dona de casa Ivone de Aroca, 30, que foi até a praça com o marido, Enrique, e os dois filhos pequenos --um de 2 anos e um de oito meses--, essa é a hora para exigir uma mudança no governo.
"O venezuelano fala sempre muito claro, e este governo não está fazendo isso conosco. É mentira atrás de mentira", protestou Ivone. "Disseram que não iam desvalorizar a moeda nem aumentar a gasolina e vão fazer os dois. Não nos dizem sequer se o presidente está em capacidade de governar."
As freiras salesianas Esperanza Garcia, 73, e Maria Isabel Eguillor, 69, também enfrentaram o sol forte para protestar contra a desvalorização do bolívar forte e a falta de transparência do governo sobre a saúde de Chávez.
"Este governo de Maduro, que é inconstitucional, está se mostrando ainda pior que o de Chávez. O povo está cada vez mais pobre", disse Esperanza.
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