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23/02/2013 - 14h00

Venezuelanos protestam contra desabastecimento e desvalorização

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ISABEL FLECK
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Com a imagem da marca mais popular de farinha de milho do país estampada em cartazes, manifestantes se reuniram na manhã deste sábado para protestar contra o desabastecimento nos supermercados e a decisão do governo de desvalorizar a moeda nacional em 46,5%.

A farinha de milho, que é base para alimentos típicos como a "arepa", é um dos principais produtos em falta nos mercados e se tornou o símbolo dos protestos contra o chamado "pacotão vermelho" do governo.

A manifestação, convocada pela coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática) --que inclui partidos como Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo--, reuniu cerca de 300 pessoas na praça Brión, em Chacaíto, ao lado do coração financeiro de Caracas.

Em meio aos integrantes dos partidos, munidos de bandeiras, o vigilante noturno Jesus Pinto, 62, se destacava com um cartaz com os dizeres: "No al paquetazo hambreador" (Não ao pacotão que causa fome, em espanhol).

"Com todo o dinheiro que tem esse país, não era preciso adotar essas medidas que vão contra o povo venezuelano", disse.

Isabel Fleck/Folhapress
"Não ao pacotão que causa fome", afirma cartaz em protesto contra desabastecimento de supermercados, em Caracas
"Não ao pacotão que causa fome", afirma cartaz em protesto contra desabastecimento de supermercados, em Caracas

No último dia 8, o governo anunciou que a taxa de câmbio oficial de 4,3 bolívares fortes por dólar passaria a 6,3. No paralelo, no entanto, o dólar é trocado por cerca de 20 bolívares. Segundo o governo, com a desvalorização, o salário mínimo, que antes equivalia a US$ 476,15, passou a valer US$ 325.

Para a dona de casa Ivone de Aroca, 30, que foi até a praça com o marido, Enrique, e os dois filhos pequenos --um de 2 anos e um de oito meses--, essa é a hora para exigir uma mudança no governo.

"O venezuelano fala sempre muito claro, e este governo não está fazendo isso conosco. É mentira atrás de mentira", protestou Ivone. "Disseram que não iam desvalorizar a moeda nem aumentar a gasolina e vão fazer os dois. Não nos dizem sequer se o presidente está em capacidade de governar."

As freiras salesianas Esperanza Garcia, 73, e Maria Isabel Eguillor, 69, também enfrentaram o sol forte para protestar contra a desvalorização do bolívar forte e a falta de transparência do governo sobre a saúde de Chávez.

"Este governo de Maduro, que é inconstitucional, está se mostrando ainda pior que o de Chávez. O povo está cada vez mais pobre", disse Esperanza.

 

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