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24/02/2013 - 17h43

Palestinos acusam Israel de torturar prisioneiro à morte

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ministro palestino dos Prisioneiros, Issa Qaraqae, disse neste domingo, após necrópsia da qual participou um médico palestino, que o corpo do prisioneiro Arafat Jaradat, 30, que morreu no sábado (23) numa penitenciária israelense, apresenta sinais de tortura.

Os resultados da necrópsia "provam que Israel o assassinou", afirmou Qaraqae, em Ramallah, na Cisjordânia. O exame, diz, "mostrou fraturas em todo o corpo e no crânio da vítima". Para o ministro, a condição cardíaca de Jaradat era boa.

"O corpo se encontrava em estado de choque e apresentava evidências de espancamento, principalmente no peito, nos ombros perto da espinha dorsal e nas costas. Todas as marcas eram mais recentes que cinco dias, ou seja, durante o tempo que esteve detido por Israel, por isso são sinais de tortura", assinalou Xavier Abu Eid, porta-voz da OLP.

O Ministério da Justiça de Israel divulgou um comunicado no qual assegura que não se detectou nenhum sinal visível no corpo, além dos provocados pela massagem cardiovascular feita na tentativa de reanimá-lo e de um pequeno sinal em seu peito. O governo ainda aguarda os resultados de exames microscópicos e toxicológicos, assegura a nota ministerial.

De acordo com o Shin Bet, o serviço de segurança interior israelense que interrogava o prisioneiro, Jaradat "foi vítima de um mal-estar" e acabou falecendo após o almoço, na prisão de Megiddo.

O palestino havia sido preso em 18 de fevereiro para ser interrogado pelo Shin Bet sobre confrontos na colônia de Kiryat Arba que deixaram um israelense ferido, em novembro.

O corpo foi entregue neste domingo ao posto de controle militar de Tarkumia, a oeste da cidade de Hebron, onde centenas de palestinos esperavam a ambulância. Nesta segunda (25) haverá um funeral na cidade de Sair, onde Yaradat morava, com a mulher e dois filhos.

PROTESTOS

Em reação à morte do prisioneiro e à greve de fome anunciada por 4.500 palestinos que são mantidos presos em Israel, foram realizados diversos protestos anti-Israel, neste domingo, em diferentes pontos da Cisjordânia. A maior parte dos presos jejua apenas neste domingo, mas outros quatro estão em greve de fome há mais de um mês e foram encaminhados a um hospital.

Em Hebron, cidade natal de Iasser Arafat, manifestantes entraram em confronto com as forças de segurança de Israel. Cerca de cem palestinos atiraram pedras e pneus incendiados contra os militares, de acordo com o Exército israelense. O número de feridos não foi informado.

Em comunicado, o governo israelense afirmou que já transferiu à ANP (Autoridade Nacional Palestina), que governa a Cisjordânia, o montante referente aos impostos coletados em janeiro passado, "para que isso não sirva de desculpa para não acalmar o território".

Israel, responsável pela coleta de impostos palestinos conforme acordo, interrompeu o repasse em dezembro em represália ao reconhecimento da Palestina como Estado observador não-membro da ONU.

Um assessor do presidente da ANP, Mahmud Abbas, não deu nenhuma indicação de que a organização emitirá qualquer pedido de calma.

 

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