Maduro está preparado para seguir governo de Chávez, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal uruguaio "La República" que Nicolás Maduro, candidato à presidência da Venezuela, está pronto para dar continuidade ao governo de Hugo Chávez mesmo sem o carisma do chefe de Estado morto no dia 5 de março, em decorrência de complicações causadas por um câncer na região pélvica.

"Maduro será obrigado a ter uma política muito mais orgânica que Chávez", disse Lula. "Ele precisará ter maior cuidado com as relações políticas e as alianças com outros setores, além de colocar mais pessoas em torno da mesa para conquistar a força que o carisma de Chávez construiu na Venezuela", explicou.

Lula aposta que Maduro vai vencer as eleições. "Ele é um ser humano extraordinário, uma figura que está totalmente preparada para dar continuar o governo de Chávez", acrescentou.

Ele acredita ainda que Maduro deve "industrializar a Venezuela e torná-la autossuficiente na produção de alimentos", e o Brasil deve ajudar para que os venezuelanos solucionem esses problemas.

Para Lula, a morte de Chávez foi uma perda irreparável para a política atual, principalmente na América Latina.

APOIO

Na noite de segunda-feira (1º), Lula declarou apoio oficial à candidatura de Maduro em uma mensagem televisionada divulgada em Caracas.

"Não quero interferir em um assunto interno da Venezuela, mas não posso deixar de dar meu testemunho sincero. Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou", afirmou Lula em uma breve mensagem divulgada em uma reunião do Fórum de São Paulo em Caracas, que homenageou Chávez.

O ex-presidente explica no vídeo que conheceu Maduro quando ele era chanceler e que se surpreendeu "com sua competência, amor por seu povo e, sobretudo, pela grande afinidade de pensamento com o Chávez".

Lula também apoiou Chávez na campanha para as eleições de 7 de outubro, nas quais o líder bolivariano superou com folga o opositor Henrique Capriles. "Sua vitória será nossa vitória", disse Lula na época.