Obama diz ter subestimado impacto de ataques cibernéticos russos em eleição

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou neste domingo (8) ter subestimado o impacto que os ataques cibernéticos russos e as notícias falsas teriam na eleição presidencial vencida pelo republicano Donald Trump.

"Acredito que eu subestimei o grau em que, nesta era da informação, é possível com a desinformação e ataques cibernéticos ter impacto sobre nossas sociedades."

Questionado sobre o relatório de inteligência que apontou interferência de Moscou nas eleições, Obama disse que ordenou a investigação para ter certeza de que era uma prática recorrente do líder russo, Vladimir Putin.

"Isso é algo que Putin esteve fazendo por algum tempo na Europa, especialmente em velhos países satélites, mas de forma crescente nas democracias ocidentais."

Ele mencionou o risco de que a influência russa se repita na Europa Ocidental —neste ano a França escolhe seu novo presidente e a Alemanha renova o Parlamento.

Segundo o relatório, a Rússia primeiro lançou uma campanha para minar a candidatura da democrata Hillary Clinton. Porém, mais tarde passou a apoiar Trump quando a chance de vitória do bilionário tornou-se real.

Para o presidente eleito, os esforços de Obama para atestar a interferência russa "são uma caça às bruxas" e o democrata ordenou a investigação "por terem apanhado feio" no pleito de novembro.

TRUMP

Sobre seu sucessor, Obama disse que se opõe a Trump "em diversas coisas", mas admitiu que os dois têm uma coisa em comum: confiança.

"Acho que é um pré-requisito para o trabalho [de presidente], ou pelo menos você deve ser louco o suficiente para pensar que pode fazer este trabalho", afirmou.

Perguntado sobre o que vem transmitindo ao republicano, Obama citou a diferença entre campanha e governo. "O que ele logo vai perceber ao entrar neste escritório [o Salão Oval da Casa Branca] você está a cargo da maior organização da Terra."

Esta deve ser uma das últimas entrevistas do democrata no comando da Casa Branca. Na terça (10), ele fará seu último discurso como presidente em Chicago, cidade onde começou sua carreira.

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