Trump é investigado por suspeita de obstrução da Justiça, diz imprensa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está sendo investigado pelo conselheiro jurídico especial, Robert Mueller, por suspeita de obstrução da Justiça, noticiaram nesta quarta-feira (14) os jornais "Washington Post" e "New York Times".

Citando fontes anônimas, os jornais americanos dizem que importantes oficiais de inteligência concordaram em ser entrevistados sobre o tema por investigadores que estão trabalhando com Mueller.

De acordo com o "Washinton Post", Dan Coats, diretor de inteligência nacional, Mike Rogers, chefe da NSA (Agência de Segurança Nacional), e Richard Ledgett, ex-vice-diretor da NSA, aceitaram ser interrogados pelos subordinados de Mueller já nesta semana.

A decisão do conselheiro especial de investigar a conduta de Trump representa um importante ponto de inflexão nas ações conduzidas até agora pelo FB, focadas em descobrir evidências da tentativa de intromissão russa durante a campanha presidencial e das suspeitas de coordenação entre a campanha Trump e o Kremlin.

Os investigadores também procuram pistas de possíveis crimes financeiros cometidos por partidários de Trump, disseram as pessoas ouvidas pelo "Washington Post".

Na semana passada, o ex-diretor do FBI (polícia federal americana) James Comey disse em seu depoimento na Comissão de Inteligência do Senado que acredita ter sido demitido por Trump para minar a investigação da agência sobre a Rússia.

De acordo com o "Washington Post", a investigação sobre a possível obstrução da Justiça por parte de Trump começou dias depois de Comey ter sido demitido, em 9 de maio.

A equipe de advogados de Trump criticou a reportagem nesta quarta-feira. "O vazamento do FBI de informações sobre o presidente é ultrajante, indesculpável e ilegal", disse o porta-voz da equipe de advogados do presidente, Mark Corallo. Ele, no entanto, não desmentiu as informações publicas pelo jornal americano.

O porta-voz da equipe de Mueller preferiu não comentar a reportagem do "Post".

Segundo a reportagem, um dos pontos que estão sendo investigados são conversas que Trump teve com Coats e Rogers sobre a investigação da Rússia.

Uma delas teria ocorrido no dia 22 de março, menos de uma semana após Coats ter sido confirmado pelo Senado como diretor de inteligência nacional. Coats, descreve o jornal americano, participava de um evento na Casa Branca com membros de outras agências governamentais. Após o fim do encontro, Trump pediu que todos se retirassem, menos Coats e o diretor da CIA, Mike Pompeo.

Coats disse a colegas que Trump perguntou a ele se poderia intervir junto a Comey para que o FBI parasse de investigar o ex-assessor segurança Michael Flynn na questão da interferência russa.

Dias depois do encontro de 22 de março, prossegue o "Post", Trump telefonou separadamente para Coats e para Rogers para solicitar que ambos dessem declarações públicas negando a existência de qualquer evidência de coordenação entre sua campanha e o governo russo.

Coats e Rogers recusaram-se a cumprir os pedidos do presidente, segundo os ouvidos pelo "Post".

Embora seja improvável que o presidente enfrente alguma acusação criminal, a obstrução da Justiça pode constituir a base de um processo de impeachment.

Qualquer passo desse tipo, porém, enfrentaria enorme obstáculo, uma vez que exigiria a aprovação da Câmara dos Deputados, controlada por republicanos.

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