Família de militar morto em operação na África acusa Trump de desrespeito

Crédito: Departamento de Defesa dos EUA/Reuters U.S. Army Sergeant La David Johnson, who was among four special forces soldiers killed in Niger, West Africa on October 4, 2017, poses in a handout photo released October 18, 2017. Courtesy U.S. Army Special Operations Command/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. ORG XMIT: TOR235
O sargento La David Johnson, 25, morreu em uma operação militar americana no Níger em 4 de outubro

ISABEL FLECK
DE WASHINGTON

O conteúdo do telefonema feito pelo presidente Donald Trump à viúva de um dos quatro soldados americanos mortos no Níger no início do mês se tornou o mais novo escândalo de seu governo.

Segundo a deputada democrata Frederica Wilson, que estava do lado de Myeshia Johnson, viúva do sargento do Exército La David Johnson, o presidente teria dito ao telefone que o militar "sabia para o que havia se alistado...mas quando acontece, dói do mesmo jeito".

Trump negou, na manhã de quarta (18), ter dito isso à viúva, que está grávida de seis meses de seu terceiro filho com Johnson. Horas depois, a mãe do militar, Cowanda Jones-Johnson, confirmou a frase do presidente.

"Trump desrespeitou meu filho, minha filha e também a mim e ao meu marido", disse ela ao "Washington Post".

Mais cedo, o presidente havia acusado a deputada de inventar a frase, e a Casa Branca condenara Wilson por politizar os telefonemas de condolências do presidente.

Na terça (17), Trump havia envolvido seu chefe de gabinete, o general John Kelly, na polêmica, sugerindo que Barack Obama não teria telefonado para o militar após a morte do filho dele, que servia no Afeganistão, em 2010.

"Você pode perguntar ao general Kelly se ele recebeu um telefonema do Obama. Eu não sei qual era a política do Obama. Eu escrevo cartas e também telefono", disse Trump à Fox News.

O chefe de gabinete sempre foi extremamente reservado em relação à morte do filho. Nesta quarta, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse não saber se Kelly tinha sido informado previamente sobre a menção de seu caso pelo presidente e negou que isso tenha gerado mal-estar na Casa Branca.

Após o caso de Johnson, Chris Baldridge, pai de um militar morto por um policial afegão em junho, disse ao "Washington Post" que Trump havia telefonado para ele dias depois e prometido dar US$ 25 mil de seu próprio bolso para a família, mas que ainda não havia cumprido.

"Não pude acreditar que ele estava dizendo aquilo. Ele disse: 'Nenhum outro presidente jamais fez algo assim'", afirmou ao jornal.

A Casa Branca disse que o presidente mandara um cheque a Baldridge, mas não especificou a data do envio.

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