Policial rebelde foi morto em operação na Venezuela, confirma governo

Crédito: Inaki Sugasti - 13.jul.2017/AFP Óscar Pérez, em protesto antichavista em julho; suposto policial rebelde é alvo de operação
Óscar Pérez, em protesto antichavista em julho; suposto policial rebelde é alvo de operação

DE SÃO PAULO

Óscar Pérez, o policial que dizia ter se rebelado contra o regime de Nicolás Maduro, foi morto em operação das forças de segurança da Venezuela na segunda-feira, anunciou o Ministério do Interior venezuelano nesta terça (16).

A operação teve por alvo membros de uma quadrilha supostamente liderada por Pérez. Até a noite, não se tinha confirmação se Pérez estava entre os presos ou entre os mortos.

O ministro do Interior, Néstor Reverol, incluiu Pérez, 36, na lista dos "sete terroristas mortos", mostrando suas fotografias durante conferência na TV oficial. Um dos mortos é uma mulher que não foi identificada.

Outros seis membros do grupo, quatro homens e duas mulheres, "estão detido e sendo processados neste momento", acrescentou.

"Diante de uma agressão que colocou em risco a vida, o procedimento foi neutralizar o grupo agressor com o lamentável balanço de sete terroristas mortos", afirmou Reverol, ao justificar a resposta dos comandos especiais que participaram da chamada "Operação Gedeón".

"Apesar de todas as tentativas de alcançar uma solução pacífica e negociada, este grupo terrorista iniciou de maneira dissimulada (...) um confronto que deixou dois mortos e oito oficiais feridos", acrescentou.

Acompanhado de altos comandos militares e policiais, o ministro assegurou que os "atos cometidos por este grupo criminoso qualificam" como "terrorismo, constituindo claros e flagrantes ataques contra a institucionalidade democrática".

Pela manhã, Pérez havia publicado dez vídeos em uma rede social em que aparecia ensanguentado enquanto se ouviam tiros. Ele acusava os policiais de quererem matá-lo em vez de permitir que se rendesse.

À noite, Maduro o acusou de preparar um carro-bomba para atacar a embaixada "de um país querido e prestigiado", sem dizer qual era nem comentar o paradeiro do ex-policial. Também acusou a Colômbia de ter oferecido proteção ao foragido.

Pérez ficou famoso em junho do ano passado, ao reivindicar ter roubado um helicóptero da polícia para sobrevoar Caracas, atirar granadas na sede do Tribunal Supremo de Justiça e disparar contra o prédio do Ministério do Interior.

O piloto fugiu antes de ser interceptado. Ele reapareceu semanas depois em um protesto da oposição e em vídeos defendendo ataques armados contra o regime.

A demora na prisão levantou suspeitas de que fosse um personagem criado pelo chavismo para justificar a repressão a seus adversários.

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