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Presidente colombiano usa metáfora para pedir voto a seu candidato
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FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ (COLÔMBIA)
No primeiro dia sem campanha na rua na Colômbia, o candidato governista Juan Manuel Santos (Partido de La U) ganhou apoio de forma mais explícita de seu principal cabo eleitoral: o popular presidente Álvaro Uribe.
Pela legislação colombiana, Uribe, com 72% de aprovação segundo a mais recente pesquisa Gallup, não pode subir no palanque de seu apoiado ou pedir votos para ele. Por isso, o presidente colombiano usou uma metáfora com galinhas e ovos e um punhado de diminutivos para defender o voto em Santos no próximo domingo, votação do primeiro turno.
A uma rádio do departamento de Nariño (sul), Uribe disse que sua política de "segurança democrática" tem três pilares ou "ovos" que não podem mudar de "galinha chocadeira", ou se perderão. Os três pilares, segundo ele, são: segurança, programas sociais e investimento estrangeiro.
Santos, e seu polêmico marqueteiro J.J. Rendón, considerado especialista em "campanha suja" e rumorologia, já haviam bolado maneiras de contornar as restrições da legislação eleitoral e contar com a presença de Uribe na campanha. Na semana passada, a campanha governista estreou um spot de rádio onde um "imitador" de Uribe pede votos para o ex-ministro da Defesa.
O candidato oposicionista Antanas Mockus (Partido Verde) e Santos estão tecnicamente empatados na mais recente pesquisa de intenção de voto.
Uribe e paramilitares
Mas se quer colar-se a Uribe, Santos quer se afastar dos escândalos vinculados ao governo. Um deles, a suposta relação da família do presidente com paramilitares, voltou à tona ontem porque um ex-major acusou o irmão de Uribe, Santiago, de integrar um esquadrão de extermínio de ultradireita nos anos 90.
Ao jornal "Washington Post", Juan Carlos Meneses afirmou que o pecuarista Santiago Uribe comandou e financiou um grupo paramilitar chamado "Os 12 Apóstolos". A investigação do tema foi arquivada em 1999 por falta de provas, mas o Ministério Público colombiano diz que as declarações podem reabri-lo.
O irmão do presidente negou seu envolvimento com o esquadrão em entrevista ao jornal americano. Tanto ele como integrantes do governo dizem que a entrevista faz parte da "guerra suja" contra Santos. Questionado, Uribe disse que "não lê jornais estrangeiros".
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