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25/05/2010 - 17h01

Paquistão mantém livre suposto mentor de ataque a Mumbai em 2008

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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Suprema Corte do Paquistão manteve, nesta terça-feira, a decisão de outras cortes de libertar o clérigo Hafiz Muhammad Saeed, considerado pela Índia como o autor intelectual dos atentados terroristas contra sua capital, Mumbai, em novembro de 2008, disseram advogados. A justificativa foi falta de provas contra Saeed.

Os ataques coordenados na capital indiana deixaram 172 mortos e agravaram a relação já tensa entre Paquistão e Índia.

A.K.Dogar, advogado de Saeed, disse que a Suprema Corte divulgou uma ordem afirmando que o governo não conseguiu produzir qualquer prova de que seu cliente teve alguma participação no ataque ou que tinha ligações com grupos terroristas.

Saeed é um dos fundadores do grupo militante Lashkar-e-Taiba, proibido em 2002, e atualmente comanda uma instituição de caridade islâmica que a ONU (Organização das Nações Unidas) afirma ser fachada para o grupo militante, e que o governo diz também ter proibido.

O porta-voz da instituição de caridade Jamaat-ud-Dawa, Yahya Mujahid, disse que a decisão retira o estigma da organização. "Com a graça de Deus, a corte decidindo a nosso favor prova que a Jamaat-ud-Dawa, seu chefe e seus funcionários não são terroristas."

O promotor Saeed Yousuf disse que as autoridades do governo não deram à sua equipe material suficiente para fazer uma acusação contra Saeed.

A mais alta diplomata da Chancelaria indiana disse estar decepcionada com a decisão. "Nós consideramos Hafiz Saeed como um dos mentores do ataque terrorista em Mumbai. Ele conclamou abertamente a guerra santa contra a Índia", disse a secretária de Relações Exteriores, Nirupama Rao. "Provas o bastante também foram dadas pela Índia ao Paquistão sobre o papel e as atividades de Saeed."

O Paquistão reconheceu que o ataque a Mumbai foi planejado e parcialmente lançado de seu território levou a julgamento sete suspeitos, enquanto a Índia condenou e sentenciou à morte o único dos dez atiradores que sobreviveu. Mesmo assim, o governo indiano quer trazer Saeed e outros que alega terem colaborado com o ataque.

Briga de vizinhos

A decisão da Suprema Corte nesta terça-feira pode prejudicar ainda mais a já tensa relação entre Índia e Paquistão no momento em que as nações rivais tentam retomar as negociações de paz.

Índia e Paquistão já travaram três guerras desde a independência do Reino Unido, em 1947, e o Paquistão por muito tempo vem treinando militantes como Saeed para agirem como "lutadores da liberdade" contra a Índia no território em disputa da Caxemira.

Muitos indianos suspeitam que o Paquistão esteja fazendo corpo mole no julgamento de Saeed, enquanto o Paquistão insiste que a Índia deve fornecer mais provas para ajudar no caso.

Há três semanas, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e seu colega paquistanês, Yousuf Raza Gilani, concordaram em retomar as negociações de paz.

Os EUA querem diminuir as tensões entre os dois países, em partes para que o Paquistão possa redirecionar soldados e recursos militares para lutar contra o Taleban e a Al Qaeda na fronteira com o Afeganistão.

COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

 

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