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26/05/2010 - 13h48

Bashir assume presidência do Sudão apesar de mandado de prisão

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DA FRANCE PRESS, EM CARTUM

O sudanês Omar al Bashir inicia amanhã (27) seu mandato como presidente do país, após as primeiras eleições livres em mais de duas décadas, ocorridas em abril. Ele mantém o poder desde 1989, após um golpe de Estado.

Poucos chefes de Estado foram anunciados para a posse e as organizações de defesa dos direitos humanos manifestaram sua indignação pela presença de representantes da ONU (Organização da Nações Unidas) e da União Africana. Bashir tem uma ordem de prisão da Corte Penal Internacional por crimes contra a humanidade e observadores internacionais consideraram as eleições como fora dos padrões internacionais.

Os desafios que o presidente sudanês deve enfrentar têm relação com a complexa situação étnica, cultura e política do Sudão. A manutenção da paz em Darfur e as aspirações do sul do país para a independência não são mais apenas manifestações aparentes.

Em janeiro de 2011, os sulistas devem se pronunciar em um referendo sobre a autonomia da região, segundo o acordo de paz de 2005 que colocou um fim a uma das mais extensas e mortíferas guerras da África, entre o Norte e o Sul do Sudão.

Mesmo que Bashir tenha dito, após sua eleição, que respeitaria a decisão dos sulistas, os dirigentes de seu partido e o Congresso Nacional afirmam querer manter a unidade do país.

"Os nortistas não vão renunciar ao petróleo, mas os sulistas não desistirão de sua independência", estimou Abdel Moneim Suleiman, ativista da oposição, recordando que as maiores jazidas petrolíferas se encontram no sul.

Segundo Suleiman, se o acordo de paz entre ex-rebeldes sulista e Cartum começa a evoluir e melhorar as relações entre o Norte e o Sul, o mesmo não ocorre com Darfur, onde a paz está ainda está distante.

Desde 2003, os combates nesta região deixaram 300 mil mortos, segundo as estimativas da ONU. Já de acordo com Cartum, seriam 100 mil mortos e 2,7 milhões de desalojados.

"No interior, existem reivindicações dos grupos marginalizados (as populações do Sul e de Darfur) e, no exterior, toda a pressão de uma comunidade internacional que está atenta ao Sudão", disse Ahmed Bashir, analista especializado em relações internacionais.

 

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