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Coreia do Norte corta acordo que prevenia conflito armado com Seul
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após cancelar acordos de navegação que buscavam impedir acidentes com navios sul-coreanos, a Coreia do Norte anunciou que está abandonando pactos militares firmados com o Sul, que previam a segurança na região que divide os dois países, dando margem para um futuro fechamento de fronteiras e abrindo caminho para um potencial conflito armado.
Mantendo o tom beligerante e a escalada de ameaças, o cancelamento do acordo marca a deterioração das relações diplomáticas entre os dois países.
O abandono dos tratados militares cancela as garantias de segurança entre os dois países, abrindo margem para a escalada de tensões e um possível conflito armado.
"Vamos repelir completamente as medidas de garantia militar que o nosso Exército deve adotar com relação ao intercâmbio de cooperação Norte-Sul", disse o chefe do Estado-Maior do Exército norte-coreano, em nota difundida pela agência estatal de notícias KCNA.
A curto prazo, a medida pode significar, na prática, o começo do fim do parque industrial de Kaesong, onde mais de cem empresas sul-coreanas têm interesses. O parque industrial rende dezenas de milhões de dólares por ano à Coreia do Norte, uma das raras fontes de divisas para o país.
Ainda nesta semana Pyongyang expulsou todos os funcionários sul-coreanos que trabalhavam em Kaesong.
A nota da KCNA disse também que o Norte vai cancelar acordos destinados a evitar confrontos na costa oeste da península, e que interromperá linhas de contato entre as respectivas forças navais.
Nesta semana, Pyongyang já havia ameaçado interromper a única ligação ferroviária com o Sul, caso Seul volte a usar alto-falantes para fazer propaganda na região da fronteira. O regime comunista ameaça entrar em guerra se a Coreia do Sul levar adiante as sanções que anunciou nesta semana.
A maioria dos analistas diz, no entanto, que nem o Norte nem o Sul querem uma guerra, mas que pode haver escaramuças, especialmente na fronteira marítima da costa oeste da península.
Vingança
Mais cedo, cerca de 10 mil pessoas, incluindo muitos veteranos de guerra, pediram em Seul uma resposta enérgica ao afundamento da corveta sul-coreana Cheonan, que segundo uma investigação internacional, foi provocado por um torpedo norte-coreano.
Os manifestantes também pediram ao governo uma punição aos membros da oposição ao presidente Lee Myung-Bak que questionam as conclusões da investigação.
"Morra Kim Jong Il", gritavam os manifestantes, em referência ao líder norte-coreano, filho e sucessor do fundador, em 1948, da República Popular Democrática da Coreia, Kim Il-Sung.
Durante o ato, os manifestantes queimaram uma bandeira norte-coreana.
A nova crise entre os dois países, separados desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), foi provocada pela publicação, na semana passada, dos resultados de uma investigação internacional que estabeleceu que a corveta sul-coreana "Cheonan" foi afundada por um torpedo norte-coreano.
Quarenta e seis marinheiros sul-coreanos morreram no afundamento do navio.
O Exército norte-coreano anunciou nesta quinta-feira o fim do acordo destinado a prevenir confrontos armados com a Coreia do Sul, em um contexto de crise profunda na península.
Exercício militar
Também hoje, a Marinha sul-coreana executou um grande exercício de combate a submarinos, na primeira demonstração de força desde a explosão da tensão com a Coreia do Norte.
O exercício teve a participação de dez navios de guerra, segundo a agência de notícias Yonhap.
O ministério da Defesa não comentou a informação.
O exercício ocorreu na cidade de Taean, ao sul da fronteira marítima disputada do mar Amarelo, onde aconteceu o afundamento do Cheonan, em 26 de março.
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