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Pedido da Suprema Corte pode agravar ainda mais impasse político no Iraque
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DA REUTERS, EM BAGDÁ
A Suprema Corte do Iraque pediu a autoridades eleitorais nesta quinta-feira para esclarecer assuntos legais em torno de uma apelação contra um candidato, o que pode causar ainda mais atrasos na certificação dos resultados das eleições de 7 de março.
As tensões vêm aumentando no Iraque após as eleições parlamentares inconclusivas, com uma proposta de aliança de maioria xiita gerando preocupações de que a minoria sunita pode ficar marginalizada.
A corte disse que recebeu os resultados das eleições para certificação na quarta-feira, mas pediu à Alta Comissão Eleitoral Independente (IHEC) um esclarecimento devido a uma apelação do partido do primeiro-ministro xiita, Nuri al Maliki, contra um dos candidatos da lista de 325 eleitos para o Parlamento.
O bloco Estado de Direito, de Maliki, e a Aliança Nacional Iraquiana anunciaram planos de se unir para formar o maior bloco no Parlamento.
O órgão disse ter avisado a Comissão imediatamente e esperava que os resultados fosse certificados assim que as dúvidas forem esclarecidas.
Amel al Birqdar, vice-chefe do IHEC, disse que a apelação era contra Furat Muhsin Saeed, um candidato da Província de Basra, da Aliança Nacional Iraquiana, bloco xiita que mantém relações com o Irã.
"Se a corte rejeitar a apelação submetida pelo Estado de Direito, os nomes permanecem os mesmos. Mas se a corte aceitar o processo de apelação, teremos de recalcular [os resultados] na Província de Basra", disse Birqdar.
A candidatura de Saeed foi questionada por causa de sua ligação com a força policial. Segundo a lei iraquiana, um candidato em eleições parlamentares não pode ser um membro das forças armadas.
O Estado de Direito questionou a decisão da comissão eleitoral de manter a vitória de Saeed nas eleições. Birqdar disse que a candidatura de Saeed foi aceita porque ele apresentou uma carta de renúncia de seu posto policial.
Vácuo político
O Iraque está sem governo por mais de 11 semanas desde as eleições, que foi ganha por pouco pelo bloco Iraqiya, liderado pelo ex-primeiro-ministro Iyad Allawi e fortemente apoiado por eleitores sunitas.
Allawi alertou que uma união dos principais grupos xiitas para tentar excluir o Iraqiya do governo poderia desencadear uma volta da violência sectária. O Iraque foi tomado por uma onda de violência que matou milhares de pessoas em 2006 e 2007.
O embaixador dos EUA no Iraque, Chris Hill, disse que não estava claro qual seria o maior bloco do Parlamento, mas disse ser importante que um novo governo inclua membros das principais facções.
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